A empresária Fátima Frio, juntamente com a irmã Maria de Lourdes Frio Almeida, está à frente da Estrela, uma padaria com um legado que, apesar de ter mais de 70 anos, precisa ser diariamente reforçado e renovado. Desde 2012, o empreendimento, localizado no bairro Fragata, é Instituição Emérita do município, um reconhecimento à projeção que alcançou na comunidade. Jornalista formada, Fátima que como ela diz, “amava e ama a sopa de letrinhas”, passou a se dedicar integralmente à empresa, “a colocar a mão na massa”, no início dos anos 2000. “Herança. Empresa familiar. Já fomos seis (irmãos). Agora somos três. E a missão de muito mais que pão, soluções rápidas em alimentação é da Lourdes e minha”, avalia.
Conta um pouco da história da fundação da padaria?
São 75 anos de trabalho e dedicação, nascidos da associação de dois irmãos. Antônio Martins, o irmão mais velho, e Carlos Martins Frio, o caçula sonhador, vindo de Estarreja, distrito de Aveiro, Portugal, em 29 de julho de 1949.
Como é manter um negócio, em uma empresa que é uma referência na cidade? Quais os maiores desafios?
Meu pai conduziu com dedicação e sabedoria a Padaria Estrela ao longo de 50 anos. Estar à frente de seu legado, nestes últimos 25 anos, é um desafio diário. É preciso estar muito atento às tendências do setor, às mudanças de comportamento e necessidades dos consumidores e aos disparos no custo dos insumos.
Hoje o carro-chefe da padaria são os biscoitos?
Os biscoitos Vovó Sentada e os Dentinhos de Moça são, desde sempre, nossa marca registrada. São os responsáveis pela nossa “fama”.
Quais são as receitas mais antigas que a padaria produz hoje e quais produtos foram acrescentados nos últimos anos?
Nosso mix de produção própria passa da casa dos mil itens. São de fato milhares de receitas, testadas e feitas artesanalmente. As perenes, as sazonais, as do livro de receitas da vó e por aí vai.
Vocês sentiram mudanças no comportamento do consumidor nas últimas décadas?
Todos deixamos a condição de fregueses e passamos a ser consumidores: nos tornamos mais exigentes, atentos e criteriosos.
Vocês lembram de algum produto que a primeira geração de padeiros fazia e hoje não se faz mais?
Ah, os pães de quilo! Entregues em bares e armazéns e na casa dos fregueses. De charrete.
