O município de Pelotas subiu 57 posições no ranking de competitividade entre os municípios brasileiros em relação a 2024, passando da posição 198ª para 141ª. Rio Grande também melhorou o desempenho em relação ao último ano: passou da 262ª colocação para 252ª.
Maior destaque positivo de Pelotas em 2025 se refere ao item de Funcionamento da Máquina Pública, em que o município configura na 25ª posição nacional e nona na região Sul do país. A melhoria em despesas com pessoal e redução no endividamento foram responsáveis pelo cenário positivo.
No ranking estadual, Pelotas subiu quatro posições em relação a 2024, passando a ocupar o 13º lugar. Rio Grande também obteve melhora no escore da competitividade gaúcha, passando a ocupar a 17ª posição.
Em nota, a prefeitura de Pelotas divulgou que entre as primeiras ações adotadas em 2025 estavam a organização do orçamento e o controle sobre a execução das despesas. “O índice de gastos com pessoal, que está em 42%, demonstra o compromisso com a gestão responsável e eficiente dos recursos públicos”, enumera o texto.
Realizado anualmente pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o estudo analisa 410 cidades com mais de 80 mil habitantes e baseia a avaliação em 665 indicadores considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria na gestão pública.
Inovação e dinamismo econômico
Na avaliação do professor de Economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Marcelo Passos, foi fundamental para o bom desempenho no ganho de 57 posições o item inovação e dinamismo econômico. “O município tem ótimo volume de empregos no setor criativo, cultivado pelas startups, e o Parque Tecnológico”, avalia.
O professor também destaca o volume de crédito per capita existente em Pelotas. “Apesar de estar abaixo da média nacional, o PIB local vem crescendo mais que a média nacional”, completa.
Em termos de complexidade intersetoriais, de acordo com o professor, Pelotas está na média dos municípios brasileiros. “No item renda média do trabalhador estamos melhores do que a média nacional; no crescimento da renda no setor formal também. Somos destaque nos recursos para pesquisa e desenvolvimento científico em função das universidades”, explica.
Recuo na qualidade da educação
O que puxou o desempenho de Pelotas para baixo na avaliação foi o desempenho no pilar da educação. No acesso à educação o município caiu 22 posições, enquanto na qualidade da educação, 35. A taxa líquida de matrícula no ensino médio é menor do que a média nacional. “Também temos uma taxa de atendimento educacional infantil menor do que a média nacional, sendo um item que precisa ser qualificado”, diz Passos.
Em relação ao Ensino Fundamental anos iniciais (IDEB), Pelotas subiu 24 posições, único indicador positivo dentro do pilar qualidade da educação. De acordo com a prefeitura, o desempenho reflete uma realidade herdada com falta de profissionais nas escolas, infraestrutura comprometida e ausência de investimentos.
Funcionamento da máquina pública
Conforme a professora do Centro de Ciências Sócio-organizacionais da UFPel, Simone Mello, no pilar Instituições, o município pode estar endividado, mas elementos como o custo da função administrativa e a transparência na qualidade da informação contribuem no quesito, com resultados melhores em relação ao exercício anterior.
“Isso pode se dar não apenas pelas capacidades estatais, mas também pela capacidade política relacional entre governo e sociedade”, explica.
Saúde
No pilar de acesso à saúde, foram 64 posições acima. Para Simone, a boa cobertura de atendimento à população na atenção primária, na oferta vacinal, no atendimento pré-natal, por exemplo, são diferenciais. “Isso se dá, também, pelo uso e aplicação eficaz de recursos por meio de políticas públicas e pelas universidades e seus cursos da área da saúde”, diz.
Segurança
Outro indicador negativo foi a Segurança, em que Pelotas está aquém à média brasileira. Mortes violentas intencionais, mortes por causas indeterminadas e mortalidade de jovens por razões de segurança tiveram indicadores piorados.
PELOTAS
- Ranking Geral | 141º | +57
- Instituições | 81º | +32
- Sustentabilidade fiscal | 249º | +22
- Funcionamento da máquina pública | 25º | +20
- Sociedade | 220º | +41
- Acesso à saúde | 284º | +64
- Qualidade da saúde | 91º | +117
- Acesso à educação | 263º | -22
- Qualidade da educação | 396º | -35
- Segurança | 52º | -19
- Saneamento | 162º | +43
- Meio ambiente | 268º | -12
- Economia | 114º | +22
- Inserção econômica | 227º | -16
- Inovação e dinamismo econômico | 68º | +41
- Capital humano | 41º | +7
- Telecomunicações | 366º | -22
RIO GRANDE
- Ranking Geral | 252º | +10
- Instituições | 296º | +8
- Sustentabilidade fiscal | 315º | -29
- Funcionamento da máquina pública | 256º | +53
- Sociedade | 296º | +28
- Acesso à saúde | 259º | +80
- Qualidade da saúde | 188º | +118
- Acesso à educação | 323º | -13
- Qualidade da educação | 324º | -31
- Segurança | 94º | +216
- Saneamento | 278º | -30
- Meio ambiente | 408º | -64
- Economia | 143º | -49
- Inserção econômica | 301º | -54
- Inovação e dinamismo econômico | 53º | -8
- Capital humano | 81º | -10
- Telecomunicações | 380º | -37