“O cavalo é um amigo, um companheiro e tem a capacidade de mudar a vida das pessoas”

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“O cavalo é um amigo, um companheiro e tem a capacidade de mudar a vida das pessoas”

Pedro Mancha, presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos em Pelotas

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“O cavalo é um amigo, um companheiro e tem a capacidade de mudar a vida das pessoas”
Cavalo tem papel central na cultura gaúcha (Foto: Reprodução)

Quem acompanhou a Semana Farroupilha e os desfiles de 20 de Setembro percebeu a forte presença do cavalo. Mais do que um símbolo cultural, ele representa união, amizade e história. Em Pelotas, o Núcleo Sudeste de Criadores de Cavalos Crioulos tem sido referência no incentivo e valorização dessa tradição. O presidente da entidade local, Pedro Mancha fala sobre o papel do cavalo na cultura gaúcha, os cuidados necessários para quem tem um animal e a importância da raça crioula na região.

Por que o gaúcho é tão apaixonado pelo cavalo, especialmente o crioulo?
O cavalo é um animal dócil, que agrega e reúne a família. Ele pode ser usado para passeio, para provas de seleção, no trabalho com equoterapia e em tantas outras atividades. Desde criança convivo com cavalos e essa relação sempre foi de afeto e união. É um companheiro que tem a capacidade de integrar a vida das pessoas.

Quais são as raças mais presentes nos desfiles da região?
O cavalo crioulo é o mais forte, não só em Pelotas, mas em todo o Rio Grande do Sul e no Brasil. Temos um dos maiores plantéis do país. Mas também estão presentes outras raças, como appaloosa, quarto de milha, árabe, pônei e o mogan.

Quais cuidados o cavaleiro precisa ter antes de participar do desfile?
Existe uma preparação. Os cavalos passam por exames, precisam estar ferrados, escovados, tosados e em boas condições de saúde. É exigido o GTA (Guia de Trânsito Animal), emitido pela Inspetoria Veterinária, além de exames de anemia, vacinação e carteirinha em dia. Isso garante o bem-estar animal e a segurança do público.

Durante os desfiles, alguns cavalos ficam agitados. O que pode influenciar esse comportamento?
Assim como as pessoas, cada animal reage de forma diferente. Às vezes, um barulho inesperado, a batida da banda militar ou até um balão passando podem deixá-lo inquieto. Mas, de modo geral, eles se acalmam ao acompanhar os outros. Por isso é importante o convívio prévio entre cavalo e cavaleiro.

Alguns críticos dizem que as provas podem sobrecarregar os cavalos. Isso acontece?
Muito pelo contrário. Esses animais são extremamente bem cuidados. Têm acompanhamento de nutricionistas, alimentação balanceada, horários de treino e de descanso. O cavalo foi, historicamente, um animal de força e resistência, mas hoje recebe todo carinho e estrutura para viver com qualidade.

Quem não tem propriedade rural pode ter um cavalo para lazer?
Sim. Hoje existem CTGs e centros de treinamento que oferecem cocheiras e hotéis para cavalos. A pessoa pode deixar o animal hospedado e visitá-lo para passeios ou atividades nos fins de semana. É uma forma de se aproximar desse universo, mesmo morando em apartamento ou na cidade.

Que mensagem você deixa para quem sonha em ter um cavalo?
Não é só querer. É preciso procurar, conhecer e ver se realmente é o que deseja. Mas acredito que quem tiver o primeiro contato vai se apaixonar. O cavalo é um amigo, um companheiro e tem a capacidade de mudar a vida das pessoas.

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