A primavera começa oficialmente às 15h19min desta segunda-feira (22), mas, segundo meteorologistas, já estamos vivenciando condições climáticas características da estação há algumas semanas. O clima deverá se manter dentro do esperado para o período na Zona Sul do Estado. Os acumulados de chuva de setembro e outubro ficarão dentro ou um pouco acima da média histórica, que varia entre 120 e 130 milímetros.
Além da temperatura, um dos efeitos da mudança de estação é a variação dos comprimentos dos dias, ou seja, a quantidade de tempo em que o sol e a claridade são percebidos no continente. No início da primavera, os dias terão aproximadamente a mesma duração das noites. Com o passar do tempo, os dias vão ficando cada vez maiores e as noites menores, até o dia com maior presença do sol no ano, que ocorre no início do verão.
O meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet) da UFPel, Henrique Repinaldo, explica que setembro e outubro são meses de transição entre inverno e verão e quando ocorrem os maiores aquecimentos, mas ainda são percebidas influências de massas de ar frio. “É comum termos, no início da primavera, manhãs frias e tardes com aquecimento, quando as temperaturas se elevam mais”, diz.
Período chuvoso
Na parte Sul do Brasil, a chuva é regular e distribuída ao longo do ano. No entanto, de acordo com a MetSul Meteorologia, historicamente a primavera é o período com maior registro de tempestades severas, com intensos vendavais e granizo, mas a frequência varia a cada ano.
O meteorologista do CPPMet explica que, pelo encontro das massas de ar sobre o território gaúcho, os temporais tornam-se mais comuns. “É possível que tenhamos um final do mês de setembro com mais chuvas no Rio Grande do Sul e na região Sul do Estado também, e o mês de outubro é bastante chuvoso”, afirma Repinaldo.
Novembro e dezembro deverão ser meses com chuvas mais irregulares e em menor quantidade. “Começamos a registrar menor frequência de frentes frias atuando aqui na região e, somado a isso, nesses meses já estamos entrando em dezembro em uma condição de La Niña, que produz uma diminuição das chuvas no Estado”, complementa o meteorologista.
Teremos La Niña?
Nesta troca de estações, o principal questionamento é se haverá a ocorrência do fenômeno climático conhecido como La Niña, que traz consequências principalmente para a agricultura.
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), agência dos Estados Unidos responsável por monitorar e prever o clima, o Oceano Pacífico está classificado como neutro para a formação de La Niña ou El Niño no momento.
No entanto, é projetado um resfriamento do oceano ainda dentro do período de primavera, o que deverá fazer com que o fenômeno seja registrado em novembro. “Devemos ter um início de primavera em condições neutras e terminar a estação tendo um verão em condições de La Niña”, destaca o meteorologista.
Próximos dias
Os primeiros dias da primavera terão temperaturas baixas e geadas pelo ingresso de uma massa de ar frio no Centro-Sul do Brasil. Conforme a MetSul Meteorologia, não é incomum que se registre frio no começo da primavera. Normalmente, o início da estação ainda guarda características de inverno, mas os episódios de frio tendem a ser mais curtos e menos intensos que no auge da estação, entre junho e julho.
Na quinta-feira, a mínima na Zona Sul deverá ficar em torno dos 6 °C e as máximas em aproximadamente 17 °C. O resfriamento não dura muito, com os termômetros se elevando já na madrugada seguinte.
