Casarão histórico foi refúgio dos imperiais na Revolução Farroupilha

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Casarão histórico foi refúgio dos imperiais na Revolução Farroupilha

Por

Há 190 anos

Prédio histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), conhecido como Casa da Banha também integra o Conjunto Histórico de Pelotas, reconhecido como Patrimônio Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O casarão foi construído entre 1830 e 1835, consequentemente, foi testemunha da Revolução Farroupilha no município.

O sobrado da esquina da rua Félix da Cunha com praça Coronel Pedro Osório, não só estava edificado no período em que eclodiu o levante liderado por charqueadores como Bento Gonçalves e Domingos de Almeida contra o governo Imperial, como foi utilizado como quartel general de Manoel Marques de Souza, o Conde de Porto Alegre.

Ainda na história deste prédio ficou registrado ter sido sede da Câmara Municipal, do Diário de Pelotas, da União Republicana e Quartel de Polícia. Em 1893, serviu ainda de prisão dos chefes federalistas, sendo posteriormente Estação Telegráfica.

(Foto: Ana Cláudia Dias)

Centra os farrapos

O historiador Jonas Moreira Vargas, professor do Departamento de História do Instituto de Ciência Humanas da Universidade Federal de Pelotas, relata que um dos momentos marcantes da história Farroupilha em Pelotas passa por este prédio. “Foi o embate que opôs farroupilhas e legalistas em 7 de abril de 1836. Na ocasião, o sobrado serviu de refúgio dos imperiais contra um batalhão de 500 soldados liderados pelo general Lima e Silva”, relembra. Neste embate, os legalistas foram derrotados e “caíram prisioneiros dos farroupilhas”.

Rio-grandino preso em Pelotas

Neste confronto, os farroupilhas prenderam Manoel Marques de Souza, que comandava o 1.º Batalhão de Caçadores, uma unidade de infantaria, que estava em Pelotas desde março de 1836.

Prisioneiro, foi levado até Porto Alegre, que estava sob o controle rebelde, e mantido em um navio prisão. Durante seu aprisionamento, com a ajuda dos cidadãos de Porto Alegre, conseguiu convencer alguns soldados rebeldes a desertarem, tomando o controle da cidade durante as primeiras horas do dia 15 de junho e prendendo os farrapos restantes. O militar Marques de Souza nasceu na cidade de Rio Grande em 1804 e morreu no Rio de Janeiro, em 1875.

Restaurado

A cobertura da Casa da Banha, hoje um prédio com diferentes empreendimentos comerciais, foi restaurada em 2001, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. O imóvel foi adquirido pela Construtora Ricardo Ramos em 2006 e a obra de restauração iniciou ainda naquele ano, tendo sido concluída em 2007.

 

Há 100 anos

Dia da Árvore tem cerimônia cívica

Inspirados pelo governo federal e estimulados pelo secretário do Interior, Protásio Alves, municípios gaúchos saudaram o Dia da Árvore em 21 de setembro de 1925. Em Pelotas a cerimônia cívica aconteceu às 10h, liderado pela Escola de Escoteiros, que desfilou pelas principais ruas da cidade, até a praça Júlio de Castilhos (atual Antônio Zattera), local escolhido para a cerimônia.

O evento teve a participação dos alunos das escolas Cassiano do Nascimento e Félix da Cunha, que também marcharam pela cidade na cadência da Banda Municipal até a mesma praça, empunhando bandeirinhas brasileiras e rio-grandenses.

A cerimônia da plantação de uma árvore ocorreu no centro do “Roseiral Lobo da Costa” dentro da praça Júlio de Castilhos, atual Dom Antônio Zattera. A planta escolhida foi o eucalipto.

No programa

Brum de Azeredo, vice-presidente em exercício do Conselho Escolar e representante de Protásio Alves, e o intendente, Augusto Simões Lopes, foram convidados para lançar terra sobre a raiz da planta. O programa do evento foi completado com declamações de poesias feitas pelos alunos das duas escolas, como a Prece à Árvore, de João Simões Lopes, feita por Iracema Jaime. Oficialmente o Brasil passou a celebrar o Dia da Árvore, a partir de 1965.

Fonte: Bibliotheca Pública Pelotense

Acompanhe
nossas
redes sociais