Há 100 anos
Uma notícia muito importante para a educação no município foi motivo de celebração na comunidade pelotense: a “equiparação” do Gymnásio Pelotense. Em setembro de 1925, esta instituição tinha 23 anos de trajetória. Foi por meio de um telegrama enviado pelo diretor do Pelotense, Joaquim Luís Osório, que as autoridades locais souberam em primeira mão da boa nova: de acordo com o artigo 268 do Decreto n.º 16.782-A, de janeiro daquele mesmo ano, a escola deste município foi igualada ao Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro. Dessa forma passou a ser reconhecida como um estabelecimento secundário oficialmente.
De acordo com o artigo 268: “A equiparação ao Colégio Pedro II só será concedida aos estabelecimentos secundários oficialmente mantidos pelos Estado e que observem as regras prescritas neste regulamento, dispondo de edifício e instalações necessárias, e submetendo-se a fiscalização idêntica à estabelecida para os estabelecimentos de ensino superior equiparados”. Uma das novidades é que o Pelotense passaria a submeter os candidatos ao ensino secundário a uma prova de admissão.

Escola chegou a ocupar prédio
da Félix da Cunha com Tiradentes (Foto: Reprodução)
A tal “equiparação” tinha sido um pleito do intendente (prefeito) Pedro Luís Osório (1920 a 1924) e de Luís Simões Lopes, o intendente daquele período. O próprio diretor foi ao Rio de Janeiro, com uma farta documentação, para provar ao Departamento Superior de Ensino, que o Pelotense atuava há 23 anos e tinha condições de ser reconhecido como uma escola secundária.
Salis Goulart fala
Sobre a novidade, o escritor e educador Jorge Salis Goulart escreveu: “O ato acertado do Departamento Nacional de Ensino, relativamente ao conceituado ‘Gymnasio Pelotense’, é um acontecimento de elevada significação no mundo escolar do Rio Grande do Sul. Estabelecimento de brilhantes tradições em nosso meio educativo, esta distinção de que acaba de ser alvo pelos poderes superiores do ensino nacional é o prêmio merecido a todo um largo período de esplendido serviços por ele prestados à coletividade rio-grandense, no afã magnífico de prestar sempre e cada vez mais gerações capazes de engrandecerem o nosso Estado no trabalho das profissões liberaes, na – agitação: incessante da indústria e do comércio… E a prova segura desse porvir radioso, que se desenha tão magnificamente, é o acto do Departamento Nacional de Ensino, que veio realizar uma grande medida em favor da instrucção pública secundária”.
Instituição referência
Fundado em 1837, o Colégio Dom Pedro II, a história desta instituição se confunde com a própria história do Brasil e da educação nacional. Por décadas, o programa estabelecido pelo Colégio Pedro II foi referência nacional para outros estabelecimentos de ensino secundário. Com a Proclamação da República, em 1889, o Colégio passa a se chamar Instituto Nacional de Instrução Secundária. Esse nome foi modificado para o de Gymnasio Nacional, que posteriormente foi alterado algumas vezes até voltar a ser chamado de Dom Pedro II, novamente.
O decreto que beneficiou o Gymnásio Pelotense, hoje Colégio Municipal Pelotense, era parte de uma reforma educacional que visava a difusão do ensino primário, a organização do Departamento Nacional do Ensino, e a reforma do ensino secundário e superior.
Equiparar-se ao colégio carioca significava que os estabelecimentos secundários oficiais seriam reconhecidos com um padrão de qualidade e estrutura similar. O Decreto Nº 16.782-A, de 1925, foi revogado pelo Decreto Nº 99.999, de 1991.
Fonte: Acervo da Bibliotheca Pública Pelotense; site do Colégio Pedro II; site da Casa Civil do Palácio do Planalto
Há 50 anos
Miguel Proença faz recital em homenagem ao Conservatório

Carreira internacional estava em ascendência (Foto: Reprodução)
A então 5ª Delegacia de Ensino promoveu um recital em homenagem ao 57º aniversário do Conservatório de Música de Pelotas. Para o evento do dia 19 de setembro de 1975 foi convidado o pianista gaúcho Miguel Proença. Essa foi uma das passagens do músico pelo palco desta instituição.
O evento foi realizado no Salão Milton de Lemos, na sede do Conservatório, à noite. O convidado era formado em piano em Porto Alegre. Proença, aos 36 anos, tinha um currículo invejável, com participações em concertos na Europa, na América e na Ásia. Apresentava-se, tanto como solista de grandes conjuntos sinfônicos, quanto como camerista em formações que incluíram nomes importantes da música instrumental internacional.
Proença morreu este ano, em 22 de agosto, aos 86 anos. O pianista deixou uma vasta discografia, incluindo mais de 30 gravações dedicadas ao repertório erudito brasileiro e internacional, com lançamentos por selos como Vox Classics (Alemanha) e Biscoito Fino (Brasil).
Fonte: Acervo da Bibliotheca Pública Pelotense