O Sistema Único de Saúde (SUS) completa hoje 35 anos com avaliações amplas. Ao mesmo tempo em que é sempre duramente criticado e alvo de reclamações por sua demora e alguns problemas, é fato que ele é uma das pedras fundamentais da própria existência do Brasil como nação democrática. O amplo e livre acesso à saúde faz parte da nossa rotina e deve ser louvado. São poucos países que conseguem prestar tamanho serviço, nenhum em tanto volume. Trabalhar para melhorar ele é obrigação de todo gestor público, e reconhecer suas qualidades é necessário.
Partir de uma lógica “ruim com ele, pior sem ele” é um tanto injusto já que, em termos de Pronto Atendimento e acesso à rede básica, hoje, o Brasil dá exemplo de acesso. Estima-se que pelo menos 70% da população faça uso recorrente dos seus serviços, que vão desde uma vacina ou curativo até procedimentos complexos. E, o fortalecimento da alta complexidade é o grande desafio. Mesmo com recorrentes programas e mutirões, a “fila do SUS” ainda é sinônimo de demora. Esse é o grande calcanhar de aquiles, que deve ser combatido.
Pelotas e região hoje conseguem ser referência estadual em acesso à saúde pública, e a perspectiva é que o futuro seja realmente melhor. Temos, para os próximos anos, previstas as construções do novo Hospital Escola da UFPel e do novo Pronto Socorro regional, ambos com serviços totalmente públicos. Há, ainda, a garantia por parte do governo federal de uma nova policlínica, todos em uma área de cerca de um quilômetro quadrado. É a aproximação dos serviços para facilitar também a logística do usuário.
Sem dúvidas precisamos melhorar em tantos outros pontos, como a disponibilidade das Unidades Básicas de Saúde em horário mais amplo e com maior agilidade e acesso a procedimentos eletivos. Mas o reforço é que o SUS, sem qualquer dúvida, é a grande ferramenta de popularização do acesso à saúde no Brasil. Em um país ainda pobre, ter saúde gratuita é uma benção que merece ser sempre valorizada.
