Técnicas de recuperação de solos são apostas para enfrentar extremos no clima

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Técnicas de recuperação de solos são apostas para enfrentar extremos no clima

Chuvas intensas têm provocado perdas de até três centímetros de solo em um único episódio

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Atualizado quinta-feira,
18 de Setembro de 2025 às 14:55

Técnicas de recuperação de solos são apostas para enfrentar extremos no clima
Entre as estratégias estão uso de curvas de nível, construção de terraços e plantas de cobertura (Foto: Divulgação)

O escritório da Emater em Pelotas tem intensificado junto a produtores locais a adoção de práticas de manejo sustentável do solo, com foco na recuperação da fertilidade e na preservação diante dos efeitos cada vez mais frequentes de eventos climáticos extremos.

De acordo com o chefe do Escritório Municipal da Emater, Rodrigo Prestes, chuvas intensas, que chegam a acumular cerca de 200 milímetros em poucas horas, têm provocado perdas significativas de solo na região.

O problema se torna visível quando córregos e arroios apresentam coloração turva, sinal de que a terra fértil está sendo levada para os mananciais. Além do impacto ambiental, há prejuízo econômico imediato, já que junto com o solo são perdidos fertilizantes e nutrientes aplicados nas lavouras.

Entre as estratégias recomendadas pela Emater, explica Prestes, estão o uso de curvas de nível, construção de terraços e, principalmente, a adoção de plantas de cobertura. Essas culturas protegem o solo, reduzem o escoamento superficial da água, aumentam a infiltração e contribuem para armazenar mais umidade.

Além disso, promovem benefícios nos três eixos que garantem a qualidade do solo: químico, com o fornecimento de matéria orgânica; físico, ao melhorar a estrutura e a resistência frente a enxurradas; e biológico, com o estímulo à vida microbiana.

Fruticultura

Na fruticultura, setor de destaque na região, a prática tem sido fundamental. O solo de Pelotas, com profundidade média entre 30 e 35 centímetros, sofre perdas que podem chegar a 2 ou 3 centímetros em um único episódio de chuva intensa.

Essa redução compromete tanto a fertilidade quanto a capacidade de resistência das plantas em períodos de estiagem. “Um solo mais profundo mais lugar tem para as raízes, e, consequentemente, a planta consegue armazenar mais água, garantindo maior produtividade mesmo em condições adversas”, destacou Prestes.

A Emater reforça que, embora não seja possível acelerar a formação natural do solo — que leva mais de 200 anos para gerar apenas um centímetro —, é viável melhorar suas condições com práticas de conservação e incorporação de matéria orgânica.

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