Pelotas terá usina solar em seis meses

Energia

Pelotas terá usina solar em seis meses

Obras já iniciaram e a previsão de operação é para março de 2026

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Pelotas terá usina solar em seis meses
Projeto prevê a colocação de 6 mil placas fixas. (Foto: Divulgação)

A cidade de Pelotas deve contar, a partir de março de 2026, com uma usina de energia solar fotovoltaica de médio porte. O projeto, desenvolvido em parceria entre a Ludfor, empresa especializada em soluções de energia renovável, e a Gebras, focada em engenharia e projetos energéticos, começou a ser estruturado em 2022 e foi aprovado recentemente. A planta terá capacidade de geração de 3,15 megawatts (MWp), instalada na Estrada da Gama, zona rural de Pelotas.

Ao programa Debate Regional da Rádio Pelotense, o diretor comercial da Gebras, Fabrício Iribarrem, explicou que a energia será conectada à rede da Equatorial, permitindo a compensação de consumo em outras unidades. A expectativa é de que a produção alcance 4,6 milhões de quilowatts-hora ao ano, volume suficiente para abastecer cerca de 2,5 mil residências de baixa tensão. “É uma energia limpa, renovável e que vai beneficiar futuros usuários, tanto residenciais quanto comerciais”, explicou.

A contratação pode ocorrer de duas formas: mediante a locação da usina por um único interessado, por exemplo, um grupo de farmácias, configurando o chamado autoconsumo remoto com unidade geradora centralizada; ou pela adesão de vários consumidores em um modelo de geração compartilhada, por meio de consórcio, cooperativa, condomínio ou associação. A empresa já iniciou tratativas com potenciais parceiros, entre eles universidades e a prefeitura de Pelotas, para projetos ligados à transição energética e até mesmo voltados ao futuro do transporte eletrificado.

Obras em andamento

Com prazo de início das operações previsto para março, as obras já estão em andamento no Monte Bonito. Conforme Iribarrem, a usina terá cerca de seis mil placas fixas em uma área de quatro hectares e uma propriedade rural de 110 hectares e não deve gerar impactos negativos ao agronegócio da região. “A conexão será em média tensão, sem necessidade de instalação de grandes torres. O projeto foi pensado para não interferir na atividade agrícola e nem atrapalhar a produção das redondezas”, destaca.

Emprego e renda

Além do fornecimento de energia sustentável, o empreendimento trará efeitos econômicos. Durante a fase de obras, haverá demanda por mão de obra em maior escala. Na operação, a usina exigirá técnicos especializados para manutenção, já que as placas têm garantia de 25 anos, prazo que pode se estender com a manutenção adequada do sistema. A expectativa é de abrir oportunidades de emprego em áreas ligadas à eletrotécnica e a softwares de gestão.

A estimativa é de que a operação evite a emissão de 1,7 tonelada de carbono por ano, o equivalente ao trabalho de cerca de 76 mil árvores. “Estamos diante de um projeto estratégico para a transição energética. Empresas e indústrias buscam cada vez mais competitividade alinhada a uma bandeira mais verde, e a Zona Sul, que já tem histórico com parques eólicos na região, avança agora também no setor fotovoltaico”, afirma Iribarrem.

No mapa da transição energética

A localização estratégica, próxima a lagoas, com boa incidência de ventos e logística portuária, insere Pelotas em posição de destaque no contexto da transição energética. Além da energia solar, há potencial para o desenvolvimento de projetos ligados ao hidrogênio verde, considerado uma das grandes apostas do setor energético global.

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