Durante entrevista ao programa Debate Regional, da Rádio Pelotense, o diretor-presidente do Sanep, Ellemar Wojahn, detalhou os investimentos futuros da autarquia na qualificação do sistema de escoamento e proteção contra cheias em Pelotas. Entre os projetos listados estão três frentes no bairro Laranjal: a construção do novo dique de proteção, uma nova casa de bombas e a ampliação dos canais de drenagem.
Em fase de análise pelo crivo científico do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), do governo estadual, são esperados investimentos que podem chegar a R$ 29 milhões para esses trabalhos. Dentro desse pacote, já foram aprovados R$ 13 milhões destinados à drenagem no Vasco Pires e na barragem Santa Bárbara.
Segundo Ellemar, ainda neste ano os macrocanais da Zona Norte de Pelotas, no prolongamento da avenida Bento Gonçalves, e os canais ao longo da Estrada do Engenho irão receber intervenções. “Temos feito um esforço de limpeza dos canais, cuidado com as casas de bomba para ter operacionalidade no nosso sistema de drenagem”, destacou.
Casa de bombas da Farroupilha
Por conta dos problemas históricos de alagamentos na região do bairro Guabiroba, será construída a casa de bombas da Farroupilha, que irá atender à região da Rodoviária de Pelotas. Com essa ação, será triplicada a capacidade de captação, chegando a cinco mil litros por segundo. “A empresa que vai fazer a construção está preparando o canteiro de obras, e a qualificação vai melhorar a drenagem de toda a região”, garantiu o diretor-presidente do Sanep.
Pelotas tem um total de sete casas de bombas e chegará a oito operantes a pleno com a conclusão das obras da Farroupilha, previstas para um prazo de um ano e meio. As demais estruturas têm investimentos programados para o próximo ano, direcionados principalmente para melhorias no abastecimento de energia elétrica.
O descarte irregular de lixo tem sido um grande problema para o funcionamento das casas de bombas. “Se chegar a entrar em uma estrutura, pode danificar uma bomba que vale entre R$ 120 mil e R$ 150 mil. É uma situação bem complicada de administrar, precisa de toda a equipe para ir tirando esse lixo quase manualmente, correndo o risco de parar a operação”, reforçou Ellemar.
Ecopontos
Como um dos braços de atuação do Sanep, junto com a prefeitura de Pelotas, os Ecopontos seguem contribuindo para a limpeza urbana e a reciclagem de resíduos. Dentro dessa perspectiva, Wojahn afirmou que é de interesse da autarquia ampliar a ação. “Ano que vem iremos investir em mais um Ecoponto na Zona Norte da cidade”, afirmou.
A partir da iniciativa, são recolhidos, anualmente, 40 mil metros cúbicos de lixo em cinco pontos espalhados por Pelotas.
O Sanep tem convênio com nove cooperativas que disponibilizam trabalhadores para auxiliar na administração dos Ecopontos. Com isso, os materiais recicláveis recolhidos são repassados às cooperativas, que geram renda a partir deles. “O problema hoje é o cidadão separar o lixo seco de forma correta. O trabalho acaba sendo dobrado para recolhimento dos rejeitos, já que vários materiais poderiam ser reciclados, mas não são por estarem misturados com o lixo sujo. Poderíamos triplicar a coleta seletiva, é uma questão de conscientização”, disse Ellemar.
Contas separadas
Entrou em vigor, nas contas recebidas pelos pelotenses neste mês de setembro, o pagamento separado da conta de água e da taxa de recolhimento de lixo. Com isso, no próximo mês, os efeitos dessa divisão nas 140 mil contas serão observados pela autarquia em seus caixas. “Esperamos que a receita não caia significativamente, mas há risco. As pessoas ainda precisam se habituar”, projetou o diretor.
Ainda assim, Ellemar afirmou que, após audiência de conciliação realizada na semana passada com o Ministério Público, o Sanep irá oportunizar ao cidadão, em breve, o pagamento conjunto das contas.