Professores, para que servem?

Editorial

Professores, para que servem?

Professores, para que servem?
(Foto: Jô Folha)

Uma pesquisa feita pelo Ministério da Educação com entidades parceiras pode ser lida como um soco na alma do Brasil: menos de 40% dos alunos valorizam o professor. Esse levantamento ouviu mais de 2,3 milhões de jovens brasileiros e foi divulgada na última semana. Eles são alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, em mais de 21 mil escolas. Dizem que se sentem acolhidos pela escola. Mas e o respeito e valorização ao professor, onde fica?

Como um país quer ser forte se não valoriza a principal figura que uma sociedade pode ter? A figura do professor não precisa ter aquele reconhecimento de herói. Ninguém cobra um esforço sobre-humano, magnanimidade ou abnegação. Mas o professor do Ensino Básico e Fundamental é o responsável pela formação do próprio esteio de uma comunidade. Todo cidadão passa – ou ao menos deveria passar – pela mão dos educadores e sair de lá fortalecido. Para isso, ter profissionais qualificados e valorizados é fundamental. Não só no sentido sentimental da palavra, mas também no financeiro. Não é raro vermos professores reclamando de sobrecarga para conseguir fechar as contas do mês.

Em tempos de informação ao alcance de dois cliques e jovens conectados, a escola se tornou de certa forma um tanto entediante. É normal. Mas também é normal que haja a percepção de que eles são, acima de tudo, necessários. Filtrar a informação, promover o ensino lúdico e atiçar a curiosidade dos jovens é o papel deles. Educar, em geral, é feito em casa, embora muitos também confundam esse papel.

A pesquisa do ministério é uma das mais tristes divulgadas recentemente porque nos tira a esperança. Quando o jovem não valoriza o professor, automaticamente rebaixa o que ele fala e o que ele leva à sala de aula. Toda a esperança que temos de uma sociedade melhor passa justamente por uma juventude que não repita erros do passado. Que esses números abram nossos olhos, principalmente de pais e mães, e nos ajudem a virar esse jogo. Se não, o futuro é nebuloso para esse país.

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