Cervejaria Ritter apresenta balanço  do semestre e preocupa acionistas

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Cervejaria Ritter apresenta balanço do semestre e preocupa acionistas

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Há 100 anos

A direção da Companhia Cervejaria Ritter Succ de Carlos Ritter & Irmão publicou na imprensa pelotense o relatório de suas atividades. As informações se referiam ao balanço do primeiro semestre, finalizado em 30 de junho de 1925. O relatório foi apresentado em assembleia geral no dia 5 de setembro do mesmo ano aos acionistas.

Na época, a empresa estava com as finanças equilibradas, porém o relatório explicitava que o verão de 1925 não tinha sido muito favorável para a empresa Ritter. Apesar de o clima ter sido convidativo ao consumo dos produtos da cervejaria, na prática as vendas tinham se mantido estáveis. “(o consumo)… muito prejudicado pela incerteza da situação do interior do Estado, especialmente os três melhores meses, isto é, novembro, dezembro e janeiro”, admitia a direção.

Os diretores ainda acrescentaram: “As condições especiais do nosso ramo de indústria não permitem recuperar o tempo perdido”.

Transporte e câmbio prejudicam

Um dos fatores que impediu um bom lucro no primeiro semestre daquele ano teria sido a “lentidão do serviço da Viação Férrea”. A ineficiência do transporte ferroviário resultou na diminuição e até no cancelamento de pedidos de fora de Pelotas.

O câmbio desfavorável, elevando os custos da matéria prima, também impactaram nas contas da empresa pelotense. “Somente com a elevação dos preços dos nossos produtos foi possível equilibrar”, expressaram os diretores no documento. Mesmo com esses dissabores, a empresa conseguiu efetuar a amortização de dívidas e aumentar os títulos do Fundo de Reserva e Lucros Suspensos. Em última conta, a Cervejaria Ritter tinha em seus cofres pouco mais de 80 mil contos de réis. Porém, de acordo com o Conselho Fiscal, não era recomendado distribuir dividendos.

Na história

O referido Conselho Fiscal, formado por Octavio da Luz Dias, Caetano Casaretto e Lino José Moreira Jor., também aprovou as contas da diretoria em questão. Apesar de um momento tenso, a empresa seguiu atuando em Pelotas até a década de 1940 quando foi comprada pela Cervejaria Brahma. Porém, não foi mais utilizada para a produção de cerveja ou outros produtos, apenas como depósito e distribuidora.

A Cervejaria Ritter foi fundada em Pelotas, em 1876, pelo filho de imigrantes alemães, Carlos Ritter. Inicialmente, na rua Tiradentes, sobre a margem do canal de Santa Bárbara, foi mais tarde transferida para a rua Marechal Floriano, em frente à praça do Pavão, também próxima ao arroio Santa Bárbara.

Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 95 anos

Administração de Py Crespo é bem avaliada

O mês de setembro marcou o segundo aniversário da administração municipal de João Py Crespo. Para lembrar a data, a imprensa local fez a avaliação dos dois primeiros anos de governo e avaliou como positiva a atuação do gestor pelotense.

Prefeito queria acertar as contas públicas (Foto: Reprodução)

Segundo os jornalistas, Py Crespo estava conseguindo conduzir o trabalho de sua equipe de forma compacta, abordando diferentes necessidades da comunidade. “Não é a obra fragmentária de administradores preocupados com o desdobrar de determinadas faces da administração”, registrou um jornal.

Um dos destaques era a obra de calçamento da cidade “feito de uma maneira técnica, moderna e duradoura”, escreveu o cronista. Segundo o relato, havia ainda uma preocupação em equilibrar as contas do município, com o objetivo de preparar a cidade para os anos seguintes. “Acima dos interesses particulares… tem posto o interesse público, o que tem desgostado os inimigos do povo”.

Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 50 anos

Trio Porto Alegre faz recital no Conservatório de Música

Promovido pelo departamento de Assuntos Culturais coordenado pela 5ª Delegacia de Educação, o Conservatório de Música de Pelotas recebeu no dia 12 de setembro, o recital do grupo de câmara Trio Porto Alegre, formado por Zuleika Rosa Guedes, Jean Jacques Pagnot e Fernando Herrmann.

Camerata atuou por 30 anos (Foto: Reprodução)

Zuleika Rosa Guedes foi uma das mais ativas intérpretes gaúchas do século 20. A pianista falecida em 2019, dedicou-se à divulgação da música brasileira.

Mais de 30 anos

O violoncelista francês Jean Jacques Pagnot se naturalizou brasileiro em 1953. Posteriormente, radicou-se em Porto Alegre, onde se apresentou também como regente da Ospa e da Orquestra de Câmara do Instituto de Arte. O Trio Porto Alegre se manteve ativo por mais de 30 anos.

Fernando Herrmann, violinista graduado na Escola de Artes da UFRGS, lecionou na Escola de Artes da UFRGS e na Escola de Artes da Universidade de Caxias do Sul.

Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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