Estudo publicado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Estado mostra sinais de retomada após o período das enchentes de maio. A agropecuária deverá apresentar uma taxa expressiva de crescimento em 2024, uma vez que grande parte dos grãos de verão já haviam sido colhidos antes do período das chuvas, segundo o levantamento.
Nos meses de junho e julho, os setores de comércio e serviços, incluindo também o da indústria – o mais afetado -, apresentam sinais positivos, aponta a nota, disponível no site.
Mesmo com a destruição de lavouras em várias regiões, a safra gaúcha de 2024 ainda será maior que a de 2023, devido a dois fatores principais: a baixa base de comparação de 2023, em razão da estiagem, e o fato de que a maior parte dos grãos de verão já havia sido colhida até o final de abril, antes do início das enchentes.
Ainda de acordo com o boletim, os impactos climáticos atingiram a parte final das colheitas dos grãos de verão — arroz, milho e soja — e devem influenciar as lavouras de inverno.
Na avaliação do economista João Carlos Madail, o segmento agrícola, mesmo com participação expressiva no PIB nacional (R$1,65 trilhão no ramo agrícola e R$ 801 bilhões no ramo da pecuária em 2024), sofreu com quebra das duas últimas safras nas produções de soja e milho, ainda não recuperadas.
“A soja, que costuma render aos produtores R$ 600 por hectare, causou prejuízo de R$ 850 por hectare na última safra. O arroz, com pequena queda, não chegou a preocupar, pois muito da safra foi colhida antes da enchente”, diz.
Já o comércio apresentou retomada ainda em maio, refletido pelas altas vendas de artigos de reposição, eletrodomésticos e móveis. Entretanto, já a recuperação total dos serviços deverá ser mais lenta por compartilhar os problemas com o comércio, redução da renda e o endividamento das famílias.