A Polícia Civil tem atuado intensamente na investigação de desaparecimentos e na apuração de casos que envolvem corpos encontrados em Pelotas. Recentemente, o corpo de Alan dos Santos da Rosa, desaparecido desde 31 de agosto, foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros no canal São Gonçalo. Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DPHPP), delegado Félix Rafanhim, cada caso de desaparecimento exige uma análise específica, considerando peculiaridades da pessoa e do contexto familiar. “Temos desaparecimentos voluntários, muito comuns em Pelotas, e involuntários, que podem envolver acidentes, afogamentos ou crimes”, explica.
O delegado detalhou que, a partir do registro do desaparecimento, a família deve fornecer o máximo de informações sobre o indivíduo, permitindo estabelecer um perfil que considere histórico de desaparecimentos, uso de drogas ou conflitos familiares. A partir daí, a Polícia Civil inicia diligências investigativas, que incluem análise de imagens de câmeras de monitoramento, reconstrução de trajetos e extração de dados telefônicos, sempre respeitando procedimentos legais e, quando necessário, obtendo autorização judicial.

Delegado lidera as investigações do caso envolvendo jovem pelotense (Foto: Nátalli Bonow)
No caso de Alan Santos, após a localização do corpo, instaurou-se o inquérito como “encontro de cadáver”, que depende de exames complementares realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa da morte. A decisão de fazer buscas pela água, segundo a autoridade policial partiu do local do desaparecimento, na região do Quadrado, onde há poucas câmeras de monitoramento.
O IML inicialmente informou que não foram identificadas lesões externas ou internas. Rafanhim reforça que a busca por desaparecidos envolve diversas instituições, como Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e apoio de outros órgãos, sendo a Polícia Civil responsável pelo aspecto investigativo.
“O trabalho da polícia é esclarecer os fatos com calma, sem atribuir culpa sem provas. Todos que estavam presentes em eventos relacionados ao desaparecimento são ouvidos, mas cada caso é único e precisa ser tratado com cuidado”, explica o delegado. O tempo de investigação varia conforme a complexidade do caso, e todas as diligências são acompanhadas pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público.
Rafanhim destaca a importância de registrar oficialmente os desaparecimentos e comunicar à polícia quando a pessoa é localizada, facilitando a identificação de corpos e a concentração de esforços em casos que realmente necessitam de atenção.
Setembro Amarelo
A atuação da DPHPP também envolve casos de suicídio, que exigem investigação criteriosa para diferenciar entre morte voluntária e situações que possam indicar homicídio ou manipulação do local. Segundo o delegado, a prevenção ao suicídio, tema relevante neste período do Setembro Amarelo, depende de atenção aos sinais. A média de casos por ano em Pelotas está entre 30 e 40 e cada ocorrência é avaliada individualmente, considerando o perfil da pessoa e o contexto familiar, reforçando a necessidade de diálogo e conscientização sobre o tema.