Ontem, 12 horas após a queda de luz na avenida Juscelino Kubitschek em Pelotas, a rótula do Carrefour seguia com os semáforos apagados. É mais um episódio da bagunça que vive o sistema semafórico da cidade nos últimos anos. Desde o início da cobertura diária do trânsito pela Rádio Pelotenses, são raros os dias que os repórteres de rua não façam entradas alertando que há uma sinaleira apagada em um ou outro cruzamento. Os motivos são vários, desde os absurdos e inaceitáveis roubos de fiação, um problema constante da cidade, até a chuva que desliga o sistema. E, no fim de tudo isso, é caos no trânsito.
Os motivos já deixaram de ser aceitáveis e se tornaram repetitivos. Fora a questão dos roubos, todos os outros pontos que causam tamanho caos no sistema semafórico de Pelotas já deveriam ter sido resolvidos há muito tempo. Há, também, as sinaleiras de pedestres que raramente funcionam em diversos cruzamentos. Tudo isso é, acima de tudo, questão de segurança urbana. A cidade merece um trânsito mais organizado, que passa em sua maior parte pelo comportamento das pessoas, mas há ainda uma grande parcela de responsabilidade do poder público quando não proporciona estrutura adequada.
Ontem, Porto Alegre anunciou um pregão eletrônico para contratar um sistema que já detecta até quem avança o sinal vermelho. Por aqui, estamos anos-luz atrás disso, ainda na expectativa de semáforos que resistam à chuva, em muitos casos. Há também a falta de sincronia em muitos pontos, quando o sinal abre em um cruzamento e já fecha no seguinte, fato que ocorre principalmente na avenida Bento Gonçalves, justamente o ponto de maior fluxo da cidade.
Claro, há muitas medidas elogiáveis – a mudança na própria rótula do Carrefour deixou o trânsito mais fluído e seguro por ali. Mas os avanços ficam menores diante de problemas repetitivos e constantes. Pelotas precisa de um trânsito mais qualificado e seguro. Ainda não temos os problemas crônicos de engarrafamento das grandes cidades, fora pontos específicos. Mas não podemos deixar de olhar com atenção para evitar que eles surjam.