O jiujiteiro pelotense Richard Gill se tornará o número um do mundo na próxima atualização do ranking da International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF). A IBJJF é considerada a principal federação que rege o jiu-jitsu. Gill alcançou o feito após ótimo desempenho no fim de semana, quando disputou o Summer International Open, em San Diego, nos Estados Unidos.
Na competição, Gill disputou duas lutas na categoria peso médio. Ele ganhou a primeira via estrangulamento com 35 segundos de combate, mas na final acabou derrotado em uma luta equilibrada. Já na classe aberta, estreou na segunda rodada com uma vitória por finalização. O pelotense foi o campeão sem precisar disputar a final. O seu adversário era um companheiro de equipe e preferiram não se enfrentar. Gill ficou com o primeiro lugar por ser melhor ranqueado.
“Foi o momento que tirei um peso de cima de mim. O momento que finalmente conclui o que falei para os meus pais quando saí de casa: vou ali buscar o que é meu e já volto”, destacou Gill ao A Hora do Sul.
Aos 35 anos, o jiujiteiro está morando desde o ano passado nos Estados Unidos. Para ele, alcançar o topo do ranking era um “compromisso consigo mesmo”. “Desde quando comecei no jiu-jitsu as coisas mudaram muito, tanto a forma de pensar quanto a de viver. No começo apenas queria aprender, depois queria apenas ganhar um campeonato gaúcho e assim as coisas foram tomando forma. Comecei a pensar em objetivos maiores todos os anos e vi que através do trabalho duro conseguiria conquistá-los e ir além”, disse.
Experiência fora do Brasil
Gill mora em Las Vegas desde o ano passado. Ele representa a Gracie Humaitá Las Vegas e ainda tem mais dois anos de contrato. A nova experiência está servindo no crescimento de sua carreira no esporte, mesmo tendo que superar dificuldades longe do tatame.
“Neste meu primeiro ano morando aqui nos Estados Unidos tenho rodado a América participando de competições, estou conhecendo bastante lugares e pessoas, vivendo uma realidade totalmente diferente da que teria no Brasil. Não tem sido nada fácil, o idioma e a cultura americana têm me atrapalhado um pouco, a rotina de treinos tem sido dura e exaustiva”, relatou.
Gill terá uma nova missão a partir de agora: manter a posição de número um do mundo, algo que para muitos treinadores é ainda mais difícil. “Pensei que eu iria acordar no outro dia diferente, mas acordei igual ao dia anterior, normal, apenas com a sede de me manter no topo. Escutei uma vez um de meus professores, Fabiano Índio [professor de jiu-jitsu de Pelotas] falar que chegar no topo é difícil, mas se manter no topo é extremamente mais”, completou.
Novo compromisso
O atleta pelotense não terá muito tempo para comemorar o resultado. Neste sábado ele disputará o Phoenix Open. Gill ressalta que utilizará a competição como preparação para o World Mater IBJJF, que acontece no fim do mês, em Las Vegas.