Evento promove preservação e valorização de sementes crioulas em Rio Grande

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Evento promove preservação e valorização de sementes crioulas em Rio Grande

Mostra reúne guardiões de sementes em palestras, atividades culturais e troca de exemplares

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Evento promove preservação e valorização de sementes crioulas em Rio Grande
As sementes crioulas são sementes cultivadas e preservadas por comunidades tradicionais, agricultores familiares e indígenas. (Foto: Divulgação)

A 6ª Mostra de Sementes Crioulas do Rio Grande acontece neste sábado (6), a partir das 9h, no CTG Rafael Pinto Bandeira, localizado na Vila da Quinta, no 5º Distrito. O evento é resultado de uma parceria da Secretaria de Municipal de Agricultura e Pecuária com a Associação dos Guardiões de Sementes Crioulas do Rio Grande e tem apoio da Embrapa, Emater/RS-Ascar, Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e ArtEstação. A mostra promove a preservação e a valorização das sementes crioulas no município e reunirá guardiões desses insumos.

As sementes crioulas são sementes cultivadas e preservadas por comunidades tradicionais, agricultores familiares e indígenas. Para o secretário-adjunto de Agricultura e Pecuária, Cledenir Mendonça, representam patrimônios culturais e genéticos mantidos ao longo dos anos. A programação contará com palestras, atividades culturais, apresentações de trabalhos e a presença de guardiões de diferentes municípios, como São José do Norte, Pelotas, São Lourenço e Piratini.

Guardião de sementes crioulas

O termo identifica pessoas que conservam e multiplicam variedades, repassando-as por gerações. Mendonça, que também é guardião, explica que a denominação reconhece um trabalho já realizado por pequenos agricultores. “Tem aquele que é militante e tem aquele que, por ofício de sua profissão, por ser agricultor, tem sementes de alguma variedade para uso próprio e repassa por gerações”, afirma.

Associação de Guardiões do Rio Grande

Criada em 2016, a Associação reúne 13 famílias, mas cerca de 23 trabalham com essas sementes no município. O grupo preserva mais de 30 espécies, cada uma com diferentes variedades. “O que estamos fazendo é um processo de insistência e resistência para que não se perca ainda mais a agrobiodiversidade”, destaca Mendonça.

Métodos de conservação

Sem sede própria, os agricultores armazenam os grãos em suas propriedades. Garrafas PET, geladeiras e freezers são os principais meios de preservação, garantindo durabilidade de até cinco anos. Entre os projetos, está a criação da Casa de Sementes, espaço voltado à conservação e troca.

Mendonça destaca as feiras, mostras e seminários como fundamentais para prevenir a extinção de espécies, principalmente em períodos de instabilidades climáticas. Também aproximam a população de alimentos menos convencionais, mas saudáveis. Ao listar algumas, ele cita a batata-doce roxa, o caxi, a abóbora-gila, o milho catete e o feijão-sopinha.

Valorização e pertencimento

Na sexta-feira (5), o Ministério do Meio Ambiente publicou uma portaria que institui o selo de identificação de origem étnica e territorial de alimentos e produtos de comunidades tradicionais. Para Mendonça, a medida fortalece a identidade dos povos e valoriza o agricultor. “Precisamos desta identificação, porque nos tira de silêncios e vazios institucionais e nos dá vida”, conclui.

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