Na madrugada do dia 25 de maio deste ano, a sede que abrigava a cooperativa Recicla Cassino, em Rio Grande, foi completamente destruída por um incêndio, cujas causas ainda não foram esclarecidas pela polícia. Hoje, pouco mais de três meses depois, em um novo local cedido pelo poder público e com maior engajamento da comunidade, a cooperativa de reciclagem amplia o trabalho para além dos muros e leva conscientização pelas redes sociais e para as escolas.
Entre os prejuízos do incêndio estão a perda de duas prensas de material, balanças, elevador hidráulico, EPI’s e materiais reciclados que já estavam prontos para a venda. As 20 famílias envolvidas no trabalho da Recicla Cassino organizaram uma vakinha para que a comunidade auxiliasse na aquisição do que era necessário para retomar os trabalhos.

Instagram do Recicla Cassino (Foto: Reprodução)
A prefeitura e a secretaria do Cassino cederam dois locais para as atividades: o Ecoponto do Balneário e uma parte do antigo Canil Municipal. “Além disso, recebemos uma prensa da cooperativa do Navegantes, fiação e postes da prefeitura, e a comunidade que trouxe uma grande quantidade de resíduos recicláveis para continuarmos nosso trabalho sem interrupções”, destaca a presidente da entidade, Damiani Trindade.
Conscientização
No dia a dia da Recicla Cassino, os trabalhadores encaram um sério problema para o meio ambiente, que é a falta de conscientização dos moradores. “Nosso grande desafio é o descarte inadequado de certos resíduos, como orgânicos, lixo hospitalar e materiais contaminados”, diz Damiani.
Para combater essa realidade, a organização utiliza a publicação de vídeos nas redes sociais com informações sobre o descarte correto de materiais. Os membros da cooperativa mostram também como o descarte irregular impacta no trabalho e traz riscos para a saúde e integridade.
Educação Ambiental

(Foto: Divulgação)
Ainda dentro das ações desenvolvidas pela Recicla Cassino para conscientização, o trabalho também inclui as novas gerações por meio de palestras e oficinas em escolas de Rio Grande sobre a temática da reciclagem. Nestes espaços, a importância de separar o lixo reciclável, o que pode e como deve ser descartado, é repassado aos mais jovens. “Eles também tem uma introdução ao cooperativismo e à associação. Isso facilita nosso trabalho, já que eles levam o que aprenderam para mais pessoas, como família e amigos”, afirma a presidente da cooperativa.
145 mil toneladas por ano
A Recicla Cassino existe desde maio de 2024, mas já atuava com o nome de Associação dos Catadores do Cassino desde 1998. Atualmente é composta por oito membros pró-ativos e faz parte, diretamente, da vida de cerca de 20 famílias.

(Foto: Divulgação)
Anualmente, são recebidas, aproximadamente, 145 mil toneladas de resíduos recicláveis. Os trabalhadores fazem a triagem dos materiais, que são prensados e fechados em fardos. Esses resíduos são vendidos e encaminhados para Caxias do Sul e também para cidades de Santa Catarina.
Para a reconstrução da antiga sede, a cooperativa precisa ainda da doação de quatro containers.