Dengue tipo 3 é identificada em Rio Grande e acende alerta na região

Saúde pública

Dengue tipo 3 é identificada em Rio Grande e acende alerta na região

Confirmação de caso importado preocupa autoridades pela possibilidade de formas graves em quem já teve a doença

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Atualizado quarta-feira,
27 de Agosto de 2025 às 18:51

Dengue tipo 3 é identificada em Rio Grande e acende alerta na região
Preocupação é com locais propícios à presença do mosquito. (Foto: Divulgação)

A Vigilância Epidemiológica da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) confirmou a identificação do primeiro caso do sorotipo 3 (DENV-3) do vírus da dengue no município de Rio Grande. A notícia acende alerta para a saúde pública na região, uma vez que a circulação de um novo sorotipo viral aumenta o risco de ocorrência de casos graves da doença.

Até o momento, apenas os sorotipos 1 e 2 haviam sido registrados na área. A introdução do DENV-3, mesmo que a partir de um caso importado, representa um novo e perigoso momento no combate ao mosquito Aedes aegypti. O caso é detalhado pela epidemiologista Ana Paula Gomes, da Vigilância Epidemiológica da 3ª CRS.

“Tivemos a introdução do sorotipo 3 da dengue, identificado no município de Rio Grande. Trata-se de um caso importado, cuja contaminação ocorreu em Pernambuco”, atesta a epidemiologista.

A principal preocupação das autoridades de saúde é o risco aumentado para a população que já teve dengue anteriormente. Segundo a epidemiologista, uma segunda infecção por um sorotipo diferente do vírus tende a se manifestar de forma muito mais agressiva.

“A introdução do sorotipo 3 acende o alerta, uma vez que aumenta a chance de ocorrência de casos graves”, afirma Ana Paula. “Até então, as pessoas infectadas provavelmente só se infectaram pelos sorotipos 1 e 2. Agora, com um sorotipo novo circulando, essas pessoas que já tiveram dengue correm o risco de, se contraírem a doença novamente, terem uma forma mais grave. Isso se dá pela resposta imunológica ao vírus”, detalha.

Risco de transmissão local é real

Apesar de a paciente ter sido infectada em outro Estado, o risco de o vírus se espalhar localmente é concreto. Isso ocorre porque ela esteve em Rio Grande durante o período de viremia – os primeiros dias de sintomas, quando o vírus está presente no sangue e pode ser transmitido a outro mosquito Aedes que, por sua vez, picaria outras pessoas.

“Sim, há risco de transmissão local”, confirma Ana Paula. “Na área de residência dela [paciente] foram encontrados focos de mosquito. Nesse sentido, havendo a circulação de uma pessoa com o vírus e havendo o mosquito, a chance de disseminação é grande”.

A epidemiologista esclarece que a vigilância ambiental de Rio Grande agiu prontamente para a eliminação dos focos, seguindo o protocolo padrão, mas o histórico de presença do vetor na área mantém o sinal de alerta aceso.

Ações de vigilância e o papel da população

Diante do novo cenário, as ações de vigilância epidemiológica e ambiental foram reforçadas em toda a região. “Já foi solicitada a busca de casos sintomáticos e a sensibilização da rede de atenção à saúde para a identificação de possíveis novos casos”, informa Ana Paula.

A colaboração da comunidade é considerada fundamental para evitar um surto. A Secretaria da Saúde reforça as orientações e pede atenção máxima aos cuidados preventivos.

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