Os alunos do Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura adentraram o mundo da arte em aquarela, dando vida a uma colorida exposição em homenagem póstuma à artista pelotense Cecília Rota Borges. Além de revelar as habilidades dos jovens, a atividade é um agradecimento à família da artista, que doou à instituição todos os materiais do acervo de arte de Cecília. A exposição está aberta à visitação até sexta-feira, das 14h às 17h.
A exposição teve participação de cerca de 230 crianças e jovens da instituição, desde os pequenos da intervenção precoce – na faixa dos seis anos de idade – até os alunos da arteterapia, que participam do atendimento educacional especializado e psicopedagógico. As pinturas em aquarela estão expostas em uma das salas do Centro e novas obras vão sendo coladas ao longo da semana, conforme a produção dos alunos.
Visibilidade
Como parte das atividades da Semana da Pessoa com Deficiência do Centro, a mostra revela os talentos e habilidades dos alunos da instituição. “Comemorar é dar visibilidade, mostrar potencialidade, mostrar que somos múltiplos e podemos fazer muitas coisas”, afirma a diretora da instituição, Débora Jacks.

Cerca de 230 crianças participaram (Foto: Jô Folha)
Ela destaca uma pesquisa dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) que revelou que, atualmente, 1 em 36 crianças nos Estados Unidos é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Está no nosso dia a dia. Temos que começar a dar mais visibilidade para que as pessoas conheçam outras vias de acesso. E a arte mostra vida, cor e possibilidade”, completa.
Atualmente, o Centro atende diretamente 570 famílias e presta suporte indireto a jovens com autismo que já estão na faculdade e cursos técnicos. Além disso, a instituição tem parceria com escolas na elaboração de estudos de caso, a fim de determinar as maiores demandas dos alunos que fazem parte do espectro.
Doações que transformam
Todas essas pinturas estão sendo possíveis graças a doação dos materiais de Cecília. Entre os artigos doados, estão tintas, pincéis de vários tamanhos, tecidos, papéis coloridos e peças em madeira. Para além da exposição, os materiais serão de grande utilização nas atividades das turmas de arteterapia.
De acordo com Débora, a mostra foi uma forma de agradecer a família da artista. “Nós tivemos a visita do marido e de uma das filhas dela. Foi muito emocionante vê-los reconhecendo ela ali. Então, essa é uma forma de mostrar que nada deixa de existir. Tudo cria vida, forma e cor… E a existência segue”, relata Débora.