Pelotas organizou, nesta terça-feira (26), uma ação especial na Praça Coronel Pedro Osório para marcar o Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua, lembrado em 19 de agosto, conforme a Lei Federal nº 15.187. O evento, transferido para 26 de agosto, pretende dar visibilidade à luta por dignidade e direitos, com a presença de secretarias municipais e voluntários.
A iniciativa reuniu uma variedade de serviços e atividades para a comunidade, contemplando desde a área da saúde e bem-estar, com testes rápidos, vacinação e atendimentos como cortes de cabelo e barba, até ações de cidadania e oportunidades, que incluíram orientações sobre direitos, divulgação de cursos e ofertas de trabalho.
Além disso, houve espaço para a cultura e a interação social, com atividades esportivas e culturais. Também foi instalado um “Cabide Solidário”, destinado à arrecadação de roupas masculinas para serem disponibilizadas às pessoas em situação de rua.
A vice-prefeita, Daniela Brizolara (PSOL), destaca a importância de sensibilizar a sociedade para a questão e a necessidade de oferecer oportunidades às pessoas em situação de rua. Ela ressaltou que a “reconstrução com o povo” – slogan utilizado durante a campanha eleitoral – passa pelo acolhimento e pela responsabilidade de todos.
A secretária de Assistência Social (SAS), Raquel Nebel, explica que a data foi criada para dar visibilidade a essa população e que eles não devem ser vistos como invisíveis ou objetos. Ela enfatizou a importância de políticas públicas articuladas para garantir o acesso a direitos básicos como saúde, moradia e necessidades essenciais.
Serviços de apoio da prefeitura
A prefeitura de Pelotas oferece serviços contínuos para a população em situação de rua, como o Centro Pop e a Casa de Passagem. O Centro Pop funciona durante o dia, das 8h às 17h, oferecendo três refeições diárias (café da manhã, almoço e lanche da tarde), além de lazer e encaminhamentos médicos e psicológicos.
Já a Casa de Passagem, que divide espaço com o Centro Pop, abre às 17h e permite a entrada até as 23h. Os usuários têm acesso a quartos compartilhados, camas com cobertores, alimentação e banheiros adequados, incluindo um espaço para a comunidade LGBTQIAPN+. A casa também permite que os usuários levem seus animais de estimação, que também recebem cuidados.
Rafael Dias, 27 anos, que atualmente utiliza os serviços da Casa de Passagem, destaca a importância do acolhimento. Ele explica que o Centro Pop e a Casa de Passagem são essenciais e oferecem um ambiente seguro para quem busca fugir do ciclo das ruas e das drogas. Para ele, o apoio da prefeitura foi fundamental na sua recuperação, ajudando-o a buscar uma nova vida. “O cara é bem recebido. Não interessa se tu está sujo, bêbado, eles te abraçam de coração”, afirma.