Jovens negros representam 73% das mortes violentas no Brasil

Notícias da Pelotense

Jovens negros representam 73% das mortes violentas no Brasil

Levantamento aponta que homens são maioria entre as vítimas fatais

Por

Atualizado segunda-feira,
25 de Agosto de 2025 às 09:27

Jovens negros representam 73% das mortes violentas no Brasil
Imagem: Envato

O 1º Informe Epidemiológico sobre a Saúde da Juventude Brasileira, divulgado nesta segunda-feira (25) pela Fiocruz, revelou que jovens negros representam 73% dos óbitos por causas externas, como homicídios e acidentes. O estudo utilizou dados do SUS e do IBGE referentes a 2022 e 2023.

Violência racializada

  • Jovens negros (pretos e pardos) são 54,1% das vítimas jovens notificadas;

  • A taxa de mortalidade é de 185,5 por 100 mil habitantes, 22% maior que a média da juventude e 90% acima da registrada entre jovens brancos e amarelos;

  • Entre 15 e 19 anos, negros (161,8) e indígenas (160,7) têm risco de morte quase o dobro em relação a brancos (78,3) e amarelos (80,8).

O coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, André Sobrinho, alerta que a sociedade precisa enfrentar a naturalização da violência contra a juventude negra e periférica.

Diferenças por gênero

  • A taxa de mortalidade dos homens jovens é oito vezes maior que a das mulheres;

  • Homens de 20 a 24 anos têm a maior taxa: 390 mortes por 100 mil habitantes;

  • Mulheres, no entanto, são as principais vítimas de violências notificadas, com destaque para agressões dentro de casa (34,5% dos casos, contra 9,6% dos homens).

  • O sexismo é a motivação mais frequente das violências registradas, em 23,7% dos casos.

Jovens com deficiência entre as vítimas

O levantamento aponta ainda que 20,5% das notificações de violência no SUS envolvem jovens com deficiência — proporção acima da média geral (17,6%). Os mais atingidos são aqueles com transtornos mentais, de comportamento ou deficiência intelectual.

Causas das mortes violentas

  • Armas de fogo são a principal causa entre os homens;

  • Entre as mulheres, além das armas de fogo, destacam-se mortes por objetos cortantes e estrangulamento dentro de casa;

  • Para os homens, o maior risco está nas ruas (57,6% das ocorrências).

Próximos passos

Este é o primeiro de uma série de informes que a Fiocruz vai lançar em 2025 sobre a saúde das juventudes brasileiras. O objetivo é orientar políticas públicas e dar visibilidade a um problema estrutural de violência que atinge, principalmente, a juventude negra.

Acompanhe
nossas
redes sociais