Com quase um mês de atraso em relação ao cronograma inicial, a dragagem do canal São Gonçalo deve começar nos próximos dias. A draga responsável pela obra já está atracada no Porto de Pelotas, com toda a tubulação montada, restando apenas a autorização da Capitania dos Portos para o início das atividades.
A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 5º Distrito Naval, informou que a Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul recebeu a solicitação de parecer técnico encaminhada pela Autoridade Portuária do Estado no último dia 18. O documento pede autorização para o início das obras no canal, que conecta a Laguna dos Patos à Lagoa Mirim.
Conforme a legislação, a análise da solicitação pode levar até 15 dias úteis, considerando aspectos de segurança da navegação, impactos ambientais e implicações socioeconômicas. Contudo, pela relevância do tema, a Marinha determinou prioridade na tramitação, comprometendo-se a emitir o parecer no menor prazo possível.
Atraso
O adiamento do início da dragagem ocorreu após a elevação do Guaíba em junho, que fechou o Porto de Porto Alegre e paralisou temporariamente as obras em Furadinho, Pedras Brancas e Leitão, todas incluídas no mesmo contrato do São Gonçalo.
No caso de Pelotas, a previsão é de retirada de cerca de 427 mil metros cúbicos de sedimentos, com investimento de R$ 13,1 milhões. A obra permitirá aumentar o calado para 14 metros, viabilizando a atracação de navios de maior porte e reforçando a competitividade do complexo portuário pelotense. Após a enchente de maio de 2024, a profundidade em alguns trechos do canal chegou a reduzir em mais de três metros.
Programa estadual
A dragagem integra o programa Desassorear RS, que conta com investimento de R$ 731 milhões através do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). Até agora, 164 projetos já foram concluídos ou estão em execução, abrangendo 110 municípios. Neste mês, o governador Eduardo Leite anunciou a segunda fase do programa. Serão contemplados mais 67 municípios, com aporte adicional de R$ 91 milhões.