Um encontro do Conselho da Refinaria Riograndense – Petrobras, Ultra e Braskem – programado para outubro deverá homologar o investimento de R$ 5,4 bilhões para o projeto de conversão da refinaria em Rio Grande na primeira biorrefinaria do país. A proposta está alinhada com o processo de transição energética e deve gerar cerca de quatro mil empregos.
Com a conversão, a companhia será a primeira refinaria a produzir combustíveis 100% renováveis no Brasil. O projeto compreende a instalação de unidades com capacidade de processamento de matéria-prima renovável. Dentre os novos produtos, estão previstos biodiesel, gás liquefeito verde, bionafta e insumos para a indústria bioquímica, como o benzeno, utilizado na produção de borrachas sintética, nylon e PVC.
O projeto da biorrefinaria abrange também a produção de combustíveis avançados a partir de ésteres e ácidos graxos hidroprocessados, permitindo a produção do diesel verde (HVO), de combustível de aviação sustentável (SAF) e da nafta verde. Esse tipo de combustível oferece vantagens em relação aos tradicionais, devido ao menor teor de contaminantes e qualidade superior.
O anúncio da reunião foi feito pelo deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT) nesta sexta-feira à Rádio Pelotense. O diretor superintendente da Refinaria, Felipe Jorge, já afirmou em fevereiro que o investimento deveria ocorrer até final do ano. A previsão é que companhia comece a operar como biorrefinaria em 2028.
A Refinaria de Petróleo Riograndense iniciou suas operações em 1937 e, hoje, possui a Petrobras, Braskem e Grupo Ultra como acionistas. Atualmente, atua com a produção e comercialização de derivados do petróleo com capacidade de processamento de 17 mil/barris dia.
Ponte entre Rio Grande e São José do Norte
Outra novidade anunciada pelo deputado é o andamento do projeto técnico da ponte que ligará Rio Grande a São José do Norte. Segundo Lindenmeyer, o contrato com a empresa vencedora da licitação, Nova Engenharia S.A, deve ser assinado nos próximos dias. “Temos que ter foco, e o foco é melhorar a infraestrutura das hidrovias, das nossas lagoas e rios, gerar diminuição de custos”, ressaltou ele.
A estrutura terá cerca de 3,8 quilômetros de extensão e deverá ligar a avenida Honório Bicalho, em Rio Grande, ao Arroio do Laracha, em São José do Norte. A ponte substituirá o sistema de travessia por balsas e lanchas, utilizado por mais de oito mil pessoas diariamente. A previsão é de que a obra tenha início em 2026. O projeto é considerado estratégico para o desenvolvimento regional, a partir da consolidação do Polo Naval (Fase 2) e de novos investimentos previstos nos dois municípios.
