Dia do Patrimônio e de pertencimento

12ª edição

Dia do Patrimônio e de pertencimento

Visitas a prédios históricos no final de semana aproximaram a comunidade da história de Pelotas

Por

Dia do Patrimônio e de pertencimento

Um final de semana para ficar na história, tendo a própria história como protagonista da 12ª edição do Dia do Patrimônio de Pelotas. Na Zona Sul, diversas atividades incentivaram as comunidades a se reconhecerem como parte do legado deixado pelos antepassados. Na Princesa do Sul, o Centro Histórico de Pelotas, a Catedral Metropolitana São Francisco de Paula e outros prédios construídos entre o final do século XIX e o início do XX registraram filas de visitantes. Nos olhares de curiosidade, admiração, contemplação e, principalmente, de pertencimento, ficava o desejo de voltar mais vezes.

Entre os espaços mais visitados, o Theatro Sete de Abril, fechado há 15 anos, liderou o interesse do público. Quem entrou no local se impressionou com as novas cadeiras da plateia e com a imponência da arquitetura. Uma visitante chegou a perguntar se o gradil do camarote imperial representava duas cuias, já que visualmente assim parece, mas a história revela que são “olhos” para que a realeza pudesse acompanhar melhor o espetáculo.

Família Hackbart aproveitou o domingo para visitar o centro histórico (Foto: Cíntia Piegas)

“Eu queria muito conhecer o Theatro Sete de Abril porque meu pai e minha mãe me falaram que era legal e que fazia parte da história da nossa cidade. Quando entrei, achei muito bonito, principalmente aquelas portas grandes que chamaram minha atenção”, contou a pequena Marina Bittencourt da Silva Hackbart, de oito anos, estudante do Colégio La Salle.

Para os pais, Marcelo Silva Hackbart, 53, e Carla Bianca Bittencourt da Silva, 51, o hábito de visitar os patrimônios da cidade desde a infância agora é compartilhado com a caçula. “Trouxemos a Marina para que ela também sinta esse prazer, conheça o que Pelotas oferece e aprenda a valorizar o patrimônio da cidade”, argumenta Marcelo. Carla, por sua vez, se emocionou ao retornar ao Theatro, fechado há tanto tempo. Ela já assistiu a outra filha se apresentar no palco e sente tristeza em vê-lo inativo. “Com a Marina, começamos a participar do Dia do Patrimônio todos os anos, visitando museus e prédios históricos, uma forma de tirá-la um pouco do celular e despertar essa curiosidade pela história da cidade. Voltar hoje com ela foi arrebatador, dá um arrepio e uma sensação de gratidão”, relata.

Visita didática

O professor de História do curso preparatório para Enem e Pave, Oswaldo Andrade, levou a turma, junto com amigos e familiares, para visitar os prédios e aproveitou para contextualizar a história da cidade e da região, que pode ser cobrada nos exames. “Nosso projeto com os alunos busca justamente essa valorização do patrimônio de Pelotas de forma didática. A ideia é que os estudantes consigam relacionar o patrimônio da cidade com a História do Brasil, saindo do abstrato para o concreto”, explica.

Ainda em frente ao Theatro Sete de Abril, o professor destacou aos alunos que Pelotas teve um papel central no país, não só pelas charqueadas, mas também pelas tradições culturais, como as doceiras chamadas à corte no Rio de Janeiro para preparar iguarias. “É importante que os jovens entendam essa grandiosidade que faz parte da cidade em que vivem”, acrescenta.

A designer gráfica Juliana Maria dos Santos Dias, 23, levou a família para um tour no Centro Histórico e se surpreendeu. “Eu não conhecia o Theatro e achei maravilhoso. A estrutura é ampla e muito bonita. Aproveitei o Dia do Patrimônio para visitar também o Museu do Doce e a Casa de Cultura. Pelotas é muito rica culturalmente, eu já sabia disso, mas sempre me surpreendo descobrindo coisas novas.”

Quem também fez uma descoberta na Bibliotheca Pública Pelotense (BPP) foi a gerente administrativa Keila Duarte dos Anjos, 44, acompanhada da filha Antônia, 12. Ela conheceu o museu que fica no subsolo do prédio histórico. “A biblioteca foi uma descoberta maravilhosa. Eu não sabia que existia aquele museu. Foi muito legal, um dia de descobertas mesmo”, comenta.

Domingo de sol animou o movimento no último Dia do Patrimônio 2025 (Foto: Cíntia Piegas)

Keila conta que aproveitou o Dia do Patrimônio para viver essa experiência por acreditar que, durante a semana, muitos prédios não ficam abertos ao público. “Minha filha faz teatro e adora, e eu também tenho um lado artístico, escrevo poemas. Então, foi ainda mais especial visitar esses lugares”, revela.

Sucesso

Ao todo, a edição deste ano contou com 66 atividades e a abertura de 13 prédios históricos, garantindo ao público a oportunidade de explorar, aprender e se divertir. Para a secretária de Cultura, Carmem Vera Roig, o evento foi uma oportunidade de “aproximar a população de seus bens materiais e imateriais, reforçando o orgulho pelo nosso legado”.

A programação contou ainda com 85 voluntários, que receberam treinamento de arquitetos da Secult para atuar junto ao público.

Acompanhe
nossas
redes sociais