Neste final de semana, com apoio do clima, os pelotenses estarão aproveitando uma das nossas grandes forças: a beleza do patrimônio histórico e arquitetônico do município. O pelotense, nativo ou por adoção, tem adoração e encanto pela beleza e os mistérios das estruturas que cercam nossa cidade. É o que colocou Pelotas no mapa nacional e, por isso, gera tanta curiosidade. Saber onde viveram barões, compreender os horrores da escravidão e entender onde as diversas culturas formaram nossa identidade plural e tão característica.
É também um momento para entender onde podemos mais. E isso passa pelo Clube Comercial em ruínas, pelas pichações tão horrorosas no entorno do chafariz da Praça Coronel Pedro Osório e pela tristeza que é não poder aproveitar o Sete de Abril o ano inteiro. Pela lamentação de não ter o Rex Hotel e algumas das charqueadas abertos para visitação. Pela curiosidade com as reformas do Grande Hotel e do prédio das Finanças e pela percepção do potencial de tantas outras estruturas. Por isso, o Dia do Patrimônio é também um momento de refletir: se há tanta beleza já sendo aproveitada, imagina se Pelotas alcançasse seu potencial a pleno?
É possível ir muito além e ter esses roteiros como uma parte natural da rotina da cidade. Caso isso seja alcançado, poderemos, enfim, nos considerar de fato uma cidade turística. Ainda não somos, mas temos um potencial enorme, talvez o maior do Rio Grande do Sul neste quesito. Unimos muitas valências que tornam este cenário possível, incluindo as belezas naturais e delícias gastronômicas, que se aliam à cultura e arquitetura para formar uma receita quase perfeita.
A médio e longo prazo, Pelotas tem todas as possibilidades de alcançar isso, caso compreenda o hoje. Este final de semana serve para olharmos para isso, com olhar encantado, mas crítico. De entendermos que mesmo com tanta beleza, podemos muito mais. Podemos aproveitar o patrimônio, valorizá-lo e e respeitá-lo, formando uma comunidade que não picha, não destrói e ama sua cidade.