Cerca de 400 crianças estão sem aula desde abril em Pelotas

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Cerca de 400 crianças estão sem aula desde abril em Pelotas

Problemas estruturais resultaram no fechamento da EMEI Bernardo de Souza

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Atualizado segunda-feira,
05 de Agosto de 2024 às 11:50

Cerca de 400 crianças estão sem aula desde abril em Pelotas
Quando inaugurada, EMEI chegou a ser exemplo pela estrutura (Foto: Jô Folha)

Com problemas de infraestrutura que apresentavam riscos à segurança das crianças, a Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Bernardo de Souza foi fechada no final de abril. Sem aviso prévio, as férias de inverno foram antecipadas para que a secretaria de educação (Smed) buscasse outros prédios para a realocação dos cerca de 600 alunos. Após três meses, a creche, o maternal e o berçário ainda estão sem acolhimento. Sem previsão de retorno às aulas, um grupo de pais apresentou uma denúncia ao Ministério Público. Somente entre maternal e berçário são mais de 400 matriculados sem Emei.

Para Antônio, de quatro anos, a rotina na pré-escola retornou ao normal em junho, embora em um novo local, no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil. Já Malu, de dois anos, que deveria estar no berçário, continua em casa. Os irmãos são filhos de Luisa Schultze. Ambos frequentavam a Bernardo de Souza. Três meses depois, a arquiteta ainda enfrenta dificuldades com as crianças devido ao fechamento da Emei.

Denúncia no MP

Diante da falta de perspectiva para o retorno dos filhos à escola, um grupo de pais apresentou uma reclamação ao Ministério Público na esperança de conseguirem uma vaga de realocação para os alunos em outras Emeis. “Os auxiliares já foram realocados para outras escolas que estavam com falta dos profissionais.Então provavelmente este ano não vá voltar, por isso que já entramos no Ministério Público e aí eles realocaram algumas crianças para outras escolas”, diz Luisa.

A Emei

Inaugurada em 2016, a Emei Bernardo de Souza era a maior do município, com uma ampla estrutura para atender mais de 20 turmas. Poucos anos depois, o prédio colorido, localizado na rua Padre Anchieta, começou a apresentar danos estruturais em paredes e janelas. Em fevereiro deste ano, um laudo técnico recomendou a reparação dos problemas do imóvel devido aos riscos apresentados pela construção. Para a obra ser realizada, a escola precisava ser desocupada.

“É uma escola super nova e que tem vários problemas. A função é muito mais perigosa e sem responsabilidade do que a gente pensa. Os extintores estavam vencidos desde 2018”, diz Daiane Damasceno, outra mãe que teve que matricular o filho em uma escola particular após o fechamento da Emei.

Realocação

De acordo com a secretaria de educação, os alunos do Pré 1 e Pré 2 foram realocados para dois espaços: quatro turmas na Emei Ruth Blank e 12 turmas no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil. Já para as demais turmas, considerando os alunos da creche, berçário e maternal, está em processo de locação um prédio localizado na rua Marcílio Dias.

Sobre o prédio da Bernardo de Souza, conforme informações da educação, o projeto de reforma estaria em processo de elaboração. Quanto aos extintores vencidos da Emei, o secretário Marcelo Aldado diz que teriam sido adquiridos 530 equipamentos novos e que todas as escolas estão recebendo a troca dos equipamentos.

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