A 30ª edição da Feira Nacional do Doce (Fenadoce) chega ao fim com a projeção de recorde de público e de comercialização de doce. O fechamento dos números – que estava previsto para esta segunda-feira – foram divulgados no final da noite de domingo. Pelos pavilhões do Centro de Eventos passaram 311 mil visitantes, ficando abaixo da última edição e a venda de doces chegou a 1,9 milhão de unidades.
A condição de Capital Nacional do Doce, título conquistado em maio deste ano, motivou a vinda de muitos visitantes de outras regiões do Estado, país e do exterior e a comissão contabilizou mais de 600 excursões. O clima ajudou e a chuva apareceu só no último dia, sem ofuscar a feira.
“Muita gente nos pavilhões, o clima ajudou. É a feira da reconstrução, um importante evento econômico para região Sul e a Fenadoce vem mostrar a sua importância, principalmente para a parte Sul do Estado, com a visita de pessoas de outros estados e países, o que move a economia de toda a Zona Sul. Então para nós, é um sentimento enorme poder entregar uma feira desse porte e ter todo o carinho do povo”, disse o diretor conselheiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Daniel Centeno.
Comerciantes celebram
Quem assistiu de perto e também foi impactado pela crise climática e conseguiu estar na Fenadoce se considera e vitorioso. O guaporense Isaquiel de Lima, 42, é veterano no evento, mas está considerando-o como o mais importante pela turbulência que o Estado passou e ainda está em fase de recuperação. “Sabemos que nem todas as excursões puderam vir por causa das estradas e que o pelotense fez um esforço enorme para realizar a feira, trazendo um bom público, o que é muito importante para nós. O tempo ajudou e acredito que 90% dos expositores consideram a edição um sucesso por tudo que ela representa”, disse.
Para a gerente de marketing de uma doçaria, Renata Oliveira, 51, mesmo em clima de incertezas, a feira é um sucesso. “É impossível pensar Pelotas sem Fenadoce, mesmo com o adiamento da data, veio muita gente de fora, com filas de ônibus de turistas e os daqui também”, observou Renata ao destacar que finalmente a cidade ganhou projeção nacional, como capital do Doce. “Isso é bom economicamente. Então agora é aguardar que Pelotas vai deslanchar.”
Economia consolidada
Estima-se que, por ano, a receita gerada com a produção de doces em Pelotas seja de R$ 30 milhões, segundo o setor formal e o informal, e que só a Fenadoce representa um impacto de 70% desse faturamento. Os dados não são oficiais, uma vez que a prefeitura ainda não tem um levantamento do percentual do produto no Produto Interno Bruto (PIB).
Agricultura Familiar terá novo recorde
Outro resultado impressionante do evento é a comercialização na Feira da Agricultura Familiar, com projeção de aumento de 25%. De acordo com o extensionista Rural da Emater, Renato Cougo dos Santos, a Fenadoce está sendo a melhor das feiras em comercialização, podendo chegar a R$ 2 milhões, fora os negócios futuros. O adiamento da data também levou insegurança para os expositores, mas só a movimentação do público na primeira semana já mudou o cenário e animou os agricultores.