Rio Grande está há 57 dias sem homicídios

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Rio Grande está há 57 dias sem homicídios

Integração entre forças de segurança e continuidade de estratégias repressivas e preventivas explicam redução de 73% nos homicídios em três anos

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Atualizado quinta-feira,
07 de Agosto de 2025 às 15:54

Rio Grande está há 57 dias sem homicídios
Segundo a Polícia Civil, resultado vem do trabalho articulado, técnico e contínuo desenvolvido pelas forças de segurança. (Foto: Jô Folha)

A cidade de Rio Grande está há 57 dias sem homicídios registrados. O dado chama atenção pela evolução na queda desse tipo de crime nos últimos anos. De janeiro a julho de 2025, foram registrados apenas 14 homicídios, contra 56 ocorrências no mesmo período de 2022, o que representa uma redução de 73% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs). Pelotas segue a tendência com resultados ainda mais positivos: quatro homicídios nos primeiros sete meses, contra 65 registrados em 2017.

O resultado, na ótica da Polícia Civil, está no trabalho articulado, técnico e contínuo desenvolvido pelas forças de segurança, em especial pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que atua em parceria com outras delegacias de Rio Grande e com o apoio da Polícia Civil de Porto Alegre. “A permanência de equipes comprometidas e o apoio da Delegacia Regional têm sido fundamentais”, destaca o titular da DHPP, delegado Lucas Lima.

O delegado explica que o combate aos CVLIs envolve uma série de estratégias, que vão desde a repressão qualificada ao tráfico de drogas, até a elaboração minuciosa dos inquéritos, que chegam ao Ministério Público e ao Judiciário com robustez probatória, garantindo condenações. “A permanência de um trabalho unificado entre as equipes de investigação, inteligência e repressão qualificada tem sido essencial para dar respostas rápidas aos crimes e para desarticular grupos criminosos”.

A titular da 7ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (DPRI), delegada Lígia Furlaneto, aposta na combinação de investigações qualificadas, que permite a identificação e prisão dos executores dos crimes, com o avanço na responsabilização dos mandantes como resultado direto na queda dos crimes contra a vida. “Esse enfoque ampliado, aliado à troca constante de informações entre os órgãos, intensificação de operações e uso de inteligência policial, foi fundamental para desarticular estruturas delituosas”, destaca Lígia. Além disso, as polícias conseguem prevenir novos crimes e restabelecer a sensação de segurança na comunidade. “Trata-se de um modelo de atuação que demonstra a eficácia da integração institucional no enfrentamento ao crime organizado e à violência letal”.

Os indicadores reforçam o impacto do modelo de atuação implantado em Rio Grande.

Veja os números de CVLIs entre janeiro e julho de cada ano:

  • 2021: 21 registros (16 homicídios, 2 mortes em confronto, 1 latrocínio, 1 lesão corporal seguida de morte, 1 aborto)
  • 2022: 64 registros (56 homicídios)
  • 2023: 34 registros
  • 2024: 23 registros
  • 2025: 17 registros

Com base nesses dados, a cidade teve reduções consecutivas: 50% entre 2022 e 2023, 32% entre 2023 e 2024, e 25% entre 2024 e 2025.

Pelotas também apresenta queda

Pelotas também apresentou redução dos índices de homicídios. De janeiro até o início de agosto de 2024, foram 21 homicídios, enquanto no mesmo período de 2017, o município registrou 65 mortes. Este ano, no entanto, o número está em quatro homicídios, revelando uma oscilação histórica.

As forças de segurança locais destacam que o foco continua sendo a repressão ao tráfico, responsável por grande parte dos homicídios, e a qualidade dos inquéritos enviados ao Judiciário. “Hoje temos uma situação estabilizada e com taxas bem mais baixas. Isso se deve a um somatório de fatores, que vão desde a prevenção até uma repressão muito técnica e efetiva. É preciso estar sempre um passo à frente da criminalidade”, reforça o titular da 18ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (DPRI), Márcio Steffens.

Outros indicadores

Em Rio Grande e Pelotas, as ocorrências de latrocínio retrocederam 67%, sendo uma vítima em 2024, frente a três no ano anterior. Este ano as cidade tiveram queda de 100% e 50% respectivamente. Já a lesão corporal seguida de morte reduziu 33% na região.

Nos crimes contra o patrimônio, a região também apresentou reduções significativas em todos os tipos de ocorrência. O roubo a pedestre diminuiu de 1.520 para 911 (-39%), enquanto o roubo de veículos caiu 31%, passando de 61 para 43 casos. Já os incidentes com roubo de celular tiveram retração de 15%, com 129 registros em 2024, frente a 152 do ano anterior.

As ocorrências de abigeato também apresentaram queda. Foram 142 situações, contra 118 em 2024, uma queda de 17%. Os indicadores mostram por que o Rio Grande do Sul foi destaque no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, publicado recentemente.

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