Projeto pretende criar a rota do turismo afro-religioso
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Sexta-Feira29 de Novembro de 2024

Resgate histórico

Projeto pretende criar a rota do turismo afro-religioso

Movimentos ligados à cultura negra articulam proposta junto à secretaria municipal de turismo

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Projeto pretende criar a rota do turismo afro-religioso
Templo de Ogum será um dos pontos contemplados pela proposta. Foto: Divulgação.

Pelotas pleiteia ser incluída nas Rotas Negras no Brasil, que serão instituídas pelo governo federal em acordo com decreto 11.914 editado em fevereiro, por meio do ministério da igualdade racial. A proposta partiu do Grupo Amigos da Umbanda e do Museu do Percurso Negro, ambos sediados no município, e foi entregue à secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação.

 

Em Pelotas pretende-se criar a rota do turismo afro-religioso “compreendendo a temática da religião de matriz africana e a cultura afro-brasileira na cidade de Pelotas”, diz Luis Carlos Mattozo, do Museu do Percurso Negro.

 

O roteiro apresentado começaria pelo Passo dos Negros, passando pelo Monumento ao Pai Ogum e São Jorge Guerreiro, no Porto, a Esquina do Axé, a Gruta da Mãe Iemanjá, no Balneário dos Prazeres, e a Gruta das Mães, no Quadrado. Novos pontos podem ser agregados no estudo da secretaria, como casas de religiões e ateliês que trabalhem com roupas e indumentárias religiosas, completa Mattozo.

 

“Esse projeto se insere dentro da economia criativa do governo federal, que financia projetos na área de confecção de produtos artesanais e específicos utilizados em atividades religiosas, como confecção de tambores, chocalhos e comidas típicas”, afirma Mattozo. “A partir do momento em que se cria o roteiro, tu habilitas o programa tanto no Ministério do Turismo, quanto da Cultura e dos Direitos Humanos e Cidadania”, completa.

 

Segundo ele, Pelotas reúne elementos para ser incorporada à iniciativa do governo federal, devido ao legado negro que existe no município, “muito além da nossa presença como mão de obra escravizada nas Charqueadas ou na construção dos prédios e ruas de Pelotas”, afirma Mattozo.

 

Assim, busca-se ressignificar a presença negra dentro de um contexto histórico na cidade, para que “a juventude saiba que somos uma força econômica e histórica que construiu Pelotas”, completa Mattozo, reforçando que a umbanda e a nação, além do ato da fé, constituem um importante pilar econômico no comércio do município.

 

Projeto já caminha

A secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação (Sdeti) trabalha no projeto, após a reunião com os grupos que apresentaram a proposta à secretaria. Novos movimentos devem ser feitos junto a outro parceiros, como o Sebrae e sua agência de turismo regional.

 

Saiba mais

O decreto federal editado em fevereiro previu a criação de um grupo de trabalho interinstitucional, com a presença de representantes dos ministérios de igualdade racial, da cultura, desenvolvimento, indústria, comércio e serviços, dos direitos humanos e cidadania, trabalho e emprego e turismo, que apresentará a proposta final das Rotas Negras no Brasil.

 

O objetivo do projeto, segundo o ministério da igualdade racial, é o de incentivar a preservação e a valorização da memória e do patrimônio cultural e histórico negro e contribuir para o enfrentamento do racismo no País, fomentar as rotas de turismo a partir da memória, da ancestralidade, do patrimônio e da cultura negra, dentre outros.

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