Agora vai?

Editorial

Agora vai?

Agora vai?

Os otimistas dizem que tudo chega com o tempo para quem sabe esperar e que a paciência é uma virtude. Os mais pessimistas olham para isso como enrolação. Independente do lado que você esteja nessa dividida, o fato é que a Zona Sul está vendo o tempo passar e cansando-se da espera por uma definição sobre a Usina de Candiota. É um dos tantos “agora vai?” que permeiam o debate sobre o desenvolvimento da nossa região. Entre otimistas e pessimistas, os ansiosos são os que olham para essa situação e mais se indignam: afinal, quando as coisas vão andar decentemente?

A proposta de emenda parlamentar apresentada pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT) é mais um alento de esperança para retomar o processo de atuação da Usina Candiota 3 e estabelecer uma transição justa para a atuação da unidade, até sua descontinuação, de fato – neste caso, prevista para 15 anos. Isso é fundamental para o município se preparar, uma vez que a produção energética à base de carvão corresponde a quase metade do PIB de Candiota.

Porém, entre otimismo e pessimismo, essa é mais uma proposta. A Medida Provisória que era a esperança anterior segue engavetada, até sabe-se Deus quando, para entrar em vigor. Se é que vai. O governo federal claramente não coloca o tema como uma de suas prioridades, talvez até por uma razão óbvia: a COP30 acontece em breve e talvez pegaria mal renovar contratos de geração de energia a carvão em um momento em que o país vai tentar vender ao mundo sua pauta ambiental. No entanto, uma comunidade inteira aguarda há mais de meio ano angustiada pelo sim ou pelo não. É no talvez que a coisa fica nebulosa.

Nesta semana, tivemos uma boa notícia de pautas enroladas da região, que é o avanço da recuperação judicial da Ecovix, chave para a retomada plena do Polo Naval em Rio Grande. Só que isso durou quase dez anos e custou bilhões de reais em movimentações na economia local. Não podemos esperar nem uma fração disso por Candiota, sob pena da cidade inteira estagnar, ocorrer um êxodo e a economia ser comprometida de maneira irreversível. Se agora vai, ainda não sabemos. Mas tem que ir. O quanto antes.

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