Em uma região amplamente colonizada como a nossa, por diversas etnias, nossa própria identidade acaba se tornando um retrato dessa mistura. E é maravilhoso ver o momento extremamente positivo que se vive em relação à agricultura familiar, à valorização dos produtos vindos do campo e o estímulo ao desenvolvimento comercial e financeiro destes setores. Hoje, o colono, termo ainda usado para se referir a quem vem do campo, tem uma ampla estrutura de apoio de entidades para sua produção ser vista e valorizada. E a comunidade em geral parece, enfim, notar a qualidade e o sabor, com o amplo sucesso de cada evento que tem a feira da agricultura familiar.
Valorizar a história de quem ajudou a desbravar nossa região e a cultivar nossa identidade como povo é fundamental, mas é extremamente necessário entender o papel do colono, do povo do campo, na própria construção da Zona Sul do futuro. As mudanças na legislação recentemente foram um passo importantíssimo para estimular o crescimento e a valorização. É preciso avançar em outras etapas que reconheçam essa importância para a própria qualidade alimentar e cultural da Metade Sul.
E o processo de valorização do colono é oferecer, também, infraestrutura. O estímulo à permanência e evolução no campo é uma questão de segurança alimentar e oferta de produtos de qualidade para nossa mesa. Para isso, é preciso que a cidade inteira perceba sua zona rural como uma região de extremo potencial social e econômico, mas ainda defasada em termos de suporte. Mesmo com entidades como Emater, Embrapa e tantas outras oferecendo auxílio técnico, o poder público – de todos os níveis – ainda precisa evoluir em redes de eletricidade e telefonia, em especial para internet, e também na infraestrutura viária.
É do campo que vêm muitas soluções para nosso dia a dia e é do pequeno ao grande agricultor que a economia gira. Todos precisam estar na mesa de debate e serem vistos pela sociedade e tomadores de decisão para estarem no holofote do nosso futuro.
