O primeiro final de semana da 31ª Fenadoce foi de intensa movimentação nos corredores do Centro de Eventos. Com abertura às 10h no sábado e domingo, muitas famílias aproveitaram as manhãs para circular pela multifeira, conferir os estandes e consumir os mais variados produtos. O principal deles, claro, é o doce, degustado na hora, antes da escolha das variedades que seriam levadas para casa. Entre os mais vendidos, destacam-se o quindim e o bombom de morango.
Embora esses sejam os preferidos, há visitantes que vieram de Picada Café e Nova Petrópolis exclusivamente para saborear os pastéis de Belém, como contam as aposentadas Elisa Schimdt e Marisa Wittmann. “Esse doce não tem em outro lugar. Podem até fazer, mas como daqui, não existe. Essa é a segunda vez que venho à Fenadoce só para degustar essa especiaria”, conta Elisa. O pastel de Belém é um dos doces mais delicados e elaborados, especialmente por causa da textura da massa, conforme explicou a doceira Elaine Sturbelle Beick, dos Doces Santa Clara, em entrevista à Rádio Pelotense. “A umidade atrapalha a consistência da massa depois de assada. Mas agora, com os ambientes climatizados, conseguimos entregar o melhor para o consumidor”, garantiu.
Outro doce de origem portuguesa que está fazendo sucesso é o pastel de nata das Delícias Portuguesas, servido quente, com canela em pó por cima. O sabor e o aroma têm surpreendido o público. “Graças a Deus o movimento está muito bom, e os clientes têm muita curiosidade sobre os doces e as regiões de onde vieram”, relata a doceira Maria Eulalia Duarte.
Surpresas da feira
A merendeira Maria Romano, 60 anos, de Guaíba, visitou a Fenadoce pela segunda vez, desta vez acompanhada das sobrinhas mineiras, encantadas com a diversidade da feira. “Eu pensava que era só de doces. Mas tem muita coisa boa. Estou impactada”, conta a estudante Esther Ribeiro Lopes, 17 anos, de Juiz de Fora (MG). Ela ainda não havia chegado à Cidade dos Doces porque parava a cada corredor. “A minha ansiedade está a mil. Foi muito melhor do que eu esperava”, completa.
Entre as novidades da Fenadoce está a participação do Jornal A Hora do Sul e da Rádio Pelotense, que têm chamado a atenção dos visitantes. Aos 86 anos, o músico Otocílio Corrêa Torma se emocionou ao reencontrar a emissora, agora na frequência 99.5 FM. “Escuto a Rádio Pelotense desde que me conheço por gente”, conta. Ele é natural de Piratini e vive em Pelotas com a esposa, Maria Terezinha Torma, 76, nascida em São José do Norte. “Quando reabriu, foi ela quem me avisou. Disse: ‘A Hora do Sul é a nova Pelotense’”, lembra ele, com carinho.
Músico desde os 12 anos, Otocílio começou tocando violão em serenatas e, aos 16, já animava bailes com violino. Aprendeu acordeon em Rio Grande e nunca mais largou a música. Apaixonado por tango e choro, celebra não só a trajetória musical, mas também a sintonia com o rádio. “Através da música, a gente se reencontrou”, diz o casal. A Rádio Pelotense está com estúdio ao vivo no evento, com entrevistas, debates e cobertura em tempo real.