Serenidade para tratar dos pedágios

Editorial

Serenidade para tratar dos pedágios

Serenidade para tratar dos pedágios
(Foto: Jô Folha)

O debate sobre a concessão do Polo Rodoviário de Pelotas foi contaminado por emoção, um problema sempre terrível quando se trata de administrar espaços públicos. O contrato inadequado assinado em 1998 repercute até hoje e gerou posições imutáveis por parte de figuras políticas, empresários e do próprio cidadão. E tamanha brapelização dentro do tema afetou diretamente o debate sobre a próxima concessão, a ponto de estarmos agora em risco de ficar anos sob administração do Dnit. E, todos sabemos, o governo federal tem coisas mais urgentes para se preocupar. O sucateamento é uma possibilidade real.

É preciso, daqui para frente, uma maturidade que a região não teve até o momento para tratar do futuro. Faltam pouco mais de seis meses para encerrar o contrato com a Ecovias Sul e a serenidade e união devem fazer parte das discussões daqui para a frente. A passionalidade com que o tema foi tratado até aqui não vai nos levar a lugar algum. O contrato não seguirá, isso é claro, e isso é uma vitória. Mas e depois?

O preço que se exerce é, sem dúvidas, exorbitante, fruto também da falta de diálogo na concessão anterior. Não foram feitas amarras decentes e culminou na situação que vivemos hoje. Por isso, é preciso que a própria região esteja unida na hora de definir o que será daqui para a frente. Um período sem administração terceirizada pode impactar no bolso a curto prazo, mas a médio e longo prazo vai resultar na piora da infraestrutura, em perigos para a segurança. Vamos voltar a depender do Samu dos municípios sempre que houver um acidente? E como ficam os municípios? Eles já têm estrutura precária para a saúde e vão precisar abraçar mais uma obrigação?

É preciso compreender que quando se paga pedágio, se tem benefícios, em um contrato decente. Ele vem atrelado a obras de melhorias, a segurança viária, a prestação de serviços de ambulância, guincho e suporte. Não se paga apenas para levantar a cancela e passar para o outro lado. O que precisamos agora é de um preço decente e serviços agregados que tragam benefícios para todos os envolvidos, independente de quem for a próxima concessionária. O interesse regional deve ser prioridade.

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