O nevoeiro que cobre Pelotas há mais de dez dias, aliado à umidade superior a 90%, vem dificultando diariamente uma tarefa doméstica essencial: lavar e secar roupas. Quem não tem secadora encontra nas lavanderias a única alternativa para manter as peças em dia. Com isso, os estabelecimentos têm registrado, nas últimas semanas, um aumento de mais de 40% na demanda pelo serviço.
Inaugurada há somente dois meses, uma lavanderia localizada na rua Almirante Barroso estava lotada no meio da tarde de terça-feira (15), período que, em outros momentos, como em dias ensolarados, teria pouca movimentação. Conforme a proprietária do local, durante todo o dia, as dez máquinas têm funcionado ininterruptamente. “Esses dias têm sido maravilhosos, graças a Deus”, diz Iris Helena Ferreira.
A empreendedora destaca que a decisão de investir no novo negócio foi acertada, e que as características do clima de Pelotas foram determinantes para a escolha de abrir uma lavanderia. “A maioria vem para secar; todas as clientes que estão aqui agora vieram para secar as roupas”, detalha. No local, a maior demanda tem sido pela secagem de peças utilizadas no dia a dia. “As pessoas colocam para lavar, mas com essa cerração, as coisas não secam.” Iris estima que, entre o autoatendimento e o delivery da lavanderia, a movimentação aumentou 50% nos últimos dias.
Uma das clientes no aguardo pela lavagem e secagem das roupas era Gabriela Luz. Mãe de uma menina de um ano, ela relata ter recorrido à lavanderia porque não conseguia secar as roupas da filha. “Criança suja muita roupa. Andamos por vários locais e todas as lavanderias estavam cheias. Aqui encontramos uma máquina disponível. Em casa não seca nada, tudo úmido, e prezamos pelo bem-estar dela.”
Enquanto Iris Helena se surpreende com o alto fluxo de clientes, em outra lavanderia com 25 anos de atuação, a equipe já está acostumada: em períodos de nebulosidade e alta umidade, o trabalho é intenso. “São muitas roupas por quilo, roupas de lã, cobertores, e o pessoal não consegue secar com o tempo úmido”, diz Marcos Ishikame.
O proprietário observa que, em grande parte das lavanderias da cidade, o movimento tem sido intenso. “Todo mundo está tendo serviço.” Ishikame destaca ainda que o crescimento no número de apartamentos, geralmente com áreas de serviço pequenas, é outro fator que impulsiona a busca pelos serviços desses estabelecimentos. “Há uma necessidade, e acredito que, cada vez mais, as pessoas vão precisar de lavanderias. Mas ainda estão se acostumando a utilizar elas. Fora do país, isso é muito mais comum.”
Na lavanderia de Ishikame, a procura por lavagem e secagem cresceu cerca de 40%, tanto na unidade de Pelotas quanto na localizada em Rio Grande. “A coisa está bem corrida. Tem público para vários serviços, mas tem que ter rapidez na entrega”, conclui.