Projeto resgata histórias e vivências da região do Porto

Memórias

Projeto resgata histórias e vivências da região do Porto

Café Porto Memória chega a sua terceira edição hoje, quando receberá integrantes do Maturidade Ativa do Sesc

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Projeto resgata histórias e vivências da região do Porto
Guilherme Almeida e os participantes na sede da Associação (Foto: Divulgação)

A Associação Otroporto realiza a terceira edição do Café Porto Memória. O evento ocorre hoje e desta vez vai receber os integrantes do Maturidade Ativa do Sesc Pelotas. A proposta é registrar memórias e histórias que complementam os registros do Porto Memória, desenvolvido pelo pesquisador Guilherme Pinto de Almeida. Os encontros são mensais e o público-alvo são moradores da região ou trabalhadores das empresas do bairro Porto e/ou seus descendentes.

Os encontros são sempre à tarde e começam com uma roda de conversa. “Depois dessa roda de conversa, em que a gente cruza histórias, a gente faz no final da tarde o café em si. A gente continua a conversa só que à mesa, degustando um café, bem café da tarde”, explica Almeida.

Quem participa é também instigando a trazer suas memórias sobre a região do Porto por meio de fotografias, mapas projetados em tela, algum vídeo e até mesmo pelos relatos de outros participantes, que por vezes despertam histórias que se cruzam. Como a de pessoas que trabalham em uma mesma empresa, por exemplo, como o Anglo ou a Fiação e Tecidos, entre outras.

“A ideia é que cada um traga relatos da sua vivência ou de algum parente e vamos cruzando essas histórias”, comenta o pesquisador. A intenção dos organizadores é que esses relatos componham, futuramente, uma publicação com essas vivências. Nesta edição do projeto serão seis encontros.

Relatos e emoções

Entre os depoimentos que surgiram nos encontros anteriores estão, por exemplo, o da filha de um comerciante daquele bairro. “O pai dela teve um bar perto da igreja do Porto e foram umas lembranças muito boas”, relembra Almeida.

Participaram também descendentes de um morador de origem grega, que tinha um artefato feito em granito para amassar a palha e fazer as réstias de cebola, que ele vendia. Esse instrumento ainda existe no local, onde eles tinham a casa, conta Almeida.

Os familiares ainda colaboraram com fotografias da embarcação que esse imigrante usava para vender as cebolas no extinto leito do canal Santa Bárbara. “Uma outra senhora que trouxe um relato bem interessante foi a dona Terezinha, ela e a mãe dela trabalharam em quase todas as fábricas daqui do Porto”, conta o pesquisador. Essa moradora se emocionou quando viu fotos de produtos do Anglo, que fizeram ela lembrar dos antigos colegas.

Dia 16 de agosto

O projeto comporta entre 15 a 20 participantes no máximo para que todos os participantes possam dar seus depoimentos com tranquilidade. Por isso a necessidade de agendamento prévio. Para esta edição não há vagas.

O próximo Café Porto Memória será em 16 de agosto, a partir das 14h, na sede da rua Benjamin Constant, 701a. A ação, que ocorrerá durante o Dia do Patrimônio, está com inscrições abertas ao público pelo pelo telefone/WhatsApp (53)98464-4785.

Café Porto Memória é parte do Ponto de Cultura Otroporto (Sedac-RS) e tem realização Otroporto e financiamento Pró-Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Cultura Viva, Política Nacional Aldir Blanc e governo federal.

Valorização

Coordenado pelo pesquisador Guilherme de Almeida, o Projeto Porto Memória foi criado em 2016 como uma das primeiras iniciativas da Otroporto com o propósito de resgatar, rememorar e divulgar a história do Porto de Pelotas enquanto patrimônio cultural. O pesquisador, mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, desenvolveu um estudo sobre o porto de Pelotas, a partir da análise e interpretação de suas imagens.

Esses encontros têm sido muito interessantes para complementar o seu trabalho, porém para Guilherme Almeida, os relatos tem também outra função: a valorização das pessoas. “É uma coisa fantástica, a própria escuta é uma coisa significativa para os idosos e tu valorizar o que eles têm pra dizer e ver que isso é útil e importante para a memória da cidade. É muito bom nesse sentido também”, fala Almeida.

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