Com a inauguração de dois laboratórios no valor de R$ 10 milhões na quinta-feira, a Embrapa Clima Temperado, se torna o centro de referência no Sul do país em pesquisa sobre a pecuária leiteira. Responsável Técnica do Laboratório de Qualidade do Leite, Rosângela Barbosa explica que a unidade trabalha há quase 30 anos em estudos, capacitação e principalmente, na garantia de que os produtos que chegam a mesa do consumidor estão seguros e livres de contaminantes.
Como funciona o Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento em Pecuária Leiteira (Sispel)?
É um sistema com um grupo de pesquisadores, analistas, técnicos, agrícolas ou químicos de laboratório que trabalham em prol das pesquisas em produção de leite na região clima temperado que abrange em todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e boa parte do Paraná. Esse grupo é dividido no laboratório de campo, onde tem animais em modalidade confinada e semiconfinada, dessa forma a gente consegue fazer um comparativo e o estudo de qual é a melhor viabilidade para a produção de leite e também verificar a qualidade do leite.
Nós temos essa infraestrutura que dessa forma a gente pode fazer todos os experimentos possíveis com alimentação, com bem-estar, formas diferentes de criação tanto de terneiros quanto de novilhas e vacas em lactação consegue se fazer nesse laboratório de campo. Também ali nós temos um laboratório de reprodução.
Além disso, temos o laboratório de qualidade do leite, que esse ano completa 20 anos e que agora foi ampliado. O laboratório também presta serviços para os laticínios dos produtores.
Também tem um laboratório de microbiologia e que faz diagnóstico de mastite e de agentes etiológicos causadores de mastite. Com o laboratório de cromatografia [novo laboratório], a gente pode estar analisando resíduos e contaminantes que podem ter no leite e derivados desses produtos do leite.
E diante disso a gente faz um link com o Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, onde determina qual é o limite máximo permitido, por exemplo, para o leite que pode ser tolerável de antibióticos ou de antiparasitários também ou de alguma aflatoxina que é um contaminante.
Como a Embrapa trabalha com os produtores?
Nós temos um grupo de pesquisadores e analistas que trabalham diretamente com os produtores. Exemplo disso é o projeto Leite Seguro que aprovamos em 2019, juntamente com a LFDA que foi o acompanhamento de quase 250 propriedades locais em que mensalmente nós tínhamos técnicos a campo que faziam observação e ajudavam, levando as tecnologias da Embrapa para esse produtor, auxiliando ele nas boas práticas agropecuárias para fazer com que aumentasse a produção e melhorasse a qualidade do leite.
E isso tudo já em contato direto com as cooperativas de laticínios, porque por meio dos das cooperativas é que nos indicaram quem eram os produtores. Há uma ligação muito forte com as cooperativas porque como a gente faz as análises para os produtores que são fornecedores de leite para atender as cooperativas.
A pesquisa e a tecnologia tem o propósito final de garantir uma produção de qualidade?
O maior papel que nós temos é assistência técnica, trabalhado pela Emater também. Então, na verdade, são instituições parceiras e cada um vai fazendo seu papel e está trabalhando para melhorar a qualidade desse leite, para que o consumidor possa comprar um leite, um derivado de leite e que possa consumir com toda a segurança de que está livre resíduo ou contaminante.