O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Lula (PT) na quarta-feira anunciando que as exportações brasileiras sofrerão uma taxação adicional de 50% a partir de 1º de agosto. Na carta, Trump diz que a decisão é uma resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de estado após a derrota nas eleições de 2022.
No mesmo dia, o presidente Lula respondeu que o Brasil “é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. O brasileiro também afirmou que é falsa a alegação de que os Estados Unidos têm déficit na relação comercial com o Brasil, com um superávit de 410 bilhões de dólares nos últimos 15 anos.
O assunto ganhou grande repercussão nos meios político e diplomático. Os dois deputados federais da região também se manifestaram a respeito da taxação anunciada por Trump.
O deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT) classificou a carta de Trump como um ataque à soberania brasileira e um desrespeito à independência dos poderes. “Aqueles que estão lá nos Estados Unidos trabalhando para derrubar a democracia tem nome, Eduardo Bolsonaro, deputado federal que está lá às custas do povo brasileiro”, disse.
Lindenmeyer também defendeu que o Brasil adote uma política de reciprocidade, taxando as exportações dos EUA para cá. “O governo brasileiro tem que agir de forma forte, firme, com autonomia, defendendo as instituições brasileiras”, afirmou.
O deputado Daniel Trzeciak (PSDB) avaliou a taxação anunciada por Trump como um alerta para o Brasil. “Revela os riscos de uma política externa fraca e ideológica conduzida pelo governo Lula, que não considera os interesses comerciais do país”, afirma.
Para Trzeciak, a crise se soma a dificuldades internas, como a alta carga tributária e a insegurança jurídica. “É urgente que a política externa do governo Lula passe a respeitar quem produz e exporta, sem discursos vazios que isolem o país”, disse.