Manoela Amália Ferreira, a noiva de Garibaldi, faz aniversário

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Manoela Amália Ferreira, a noiva de Garibaldi, faz aniversário

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Há 205 anos

Prima em segundo grau do fazendeiro e um dos líderes da Revolução Farroupilha, Bento Gonçalves, a pelotense Manoela Amália Ferreira nasceu em 8 de julho de 1820. Era filha de Francisco de Paula Ferreira e Maria Manuela Meireles. Tinha 15 anos quando eclodiu a Revolução Farroupilha.

A jovem entrou para a história e para o imaginário gaúchos ao se apaixonar pelo revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, que coincidentemente aniversariava próximo a Manoela, dia 4 de julho. Manoela e Garibaldi, provavelmente se conheceram em um baile realizado por Bento Gonçalves, em 1838, segundo o livro O mundo de Manuela Amália, a noiva gaúcha de Garibaldi (2015), do professor Pedro Fickel.

A jovem, então com 18 anos, era descrita como uma bela loira de grandes olhos azuis. Um pouco antes, quando a revolução começou, em 1835, Manoela, suas irmãs e irmãos, sua mãe, Dona Cayetanna, que moravam em Pelotas, e ao saberem do início da Revolução, decidiram fugir, porque a cidade era fiel ao governo imperial. A família se refugiou na Estância da Barra, de propriedade de Dona Anna Joaquina Gonçalves da Silva, irmã do General Bento Gonçalves, às margens do Rio Camaquã, por ser um local de difícil acesso.

As mulheres viveram praticamente isoladas durante toda a Revolução. As notícias iam e vinham por meio de cartas e pela presença de visitantes que pernoitavam na Estância ou quando seus parentes iam até a propriedade.

Apaixonados

Os relatos são de que Garibaldi, então com 31 anos, gostou de Manoela desde o momento que a viu e por ela foi correspondido. Em uma carta, o italiano contou: “Manoela, dominava absolutamente a minha alma. Não deixei de amá-la, embora sem esperança, porque estava prometida a um filho do presidente.”

Não há certeza sobre o noivado de Manoela com o filho de Bento Gonçalves, alguns apontam que essa notícia teria sido inventada pelo próprio líder revolucionário, para afastar Garibaldi da prima. A família não via nele um homem para oferecer um bom casamento à jovem.

Manuela nunca se casou e morreu solteira em Pelotas, em 26 de janeiro de 1903. Os restos mortais de Manoela foram sepultados no Cemitério de São Francisco de Paula por 10 anos. Em 24 de maio de 1913 foram incinerados, com o fim do prazo de três meses a partir da data em que foram colocados em depósito à disposição de familiares.

“Octacilio Ferreira, sobrinho de Manoela, em carta dirigida ao historiador Othelo Rosa em 1932, é categórico ao afirmar que Garibaldi e Manoela foram realmente noivos, mas que seu casamento não se consumara por interferência dos pais dela. A pièce de résistance dessa missiva é, porém, a confirmação de que Manoela guardara, durante toda a vida, foto com dedicatória de Garibaldi, cartas e poemas por ele escritas à sua musa”, relatou o pesquisador Pedro Fickel, falecido em 2019.

O companheiro de Garibaldi, Luigi Rossetti, em duas cartas, datadas respectivamente de 19 de janeiro e 7 de fevereiro de 1839 e enviadas ao amigo Giovanni Battista Cuneo, aborda a paixão do italiano. “(…) Garibaldi esteve gravemente doente. Mas restabeleceu-se e ameaça se casar. Me escreveu pedindo que eu sirva de mentor. Imagine se o farei. (…) Não sei quem seja a tirana.” O assunto é descrito novamente em outra correspondência: “Garibaldi está apaixonado e ameaça se casar. Mas não vai fazê-lo de jeito nenhum.”

Fontes: Manoela Amália Ferreira/Facebook; wikipedia

Há 50 anos

Duo Dauelsberg se apresenta no Conservatório de Música

A comunidade pelotense pode assistir o internacional Duo Dauelsberg, em apresentação no auditório Milton de Lemos, no Conservatório de Música. No repertório composições de Mozart, Guerra Vicente, Villa-Lobos, Robert Schumann e Bela Bartok, entre outros. A apresentação ocorreu no dia 7 de julho de 1975, dia de 163 anos de Pelotas.

O recital foi realizado com o patrocínio do Departamento de Assuntos Culturais da Secretaria de Educação e Cultura, com coordenação da então 5ª Delegacia de Educação, atual Coordenadoria Regional de Educação. O duo era formado por dois músicos premiados, a pianista Myriam e o violoncelista alemão Peter Dauelsberg.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 100 anos

Estudantes organizam eventos para celebrar o aniversário de Pelotas

Dentro da programação da semana Centenária estava uma passeata pelas principais ruas da cidade, realizada por estudantes, até a praça José Bonifácio, reverenciar o marco inicial da freguesia de São Francisco de Paula, que deu origem ao município. A placa estava junto à Catedral, porém a chuva do dia 8 fez com que o evento fosse adiado para o dia 11 de julho de 1925.

No domingo, dia 12, o evento seria na chácara do intendente, Augusto Simões Lopes. Por lá foi realizada uma festa gaúcha. Também foi realizada uma romaria ao cemitério para homenagear os mortos ilustres no jornalismo, nas letras e na educação do município, em 14 de julho, último dia de celebrações dos 113 anos de Pelotas.

A Centenário foi o nome adotado pela comunidade para celebrar Pelotas. A denominação dos eventos comemorativos surgiu a partir da movimentação cultural realizada pelo escritor João Simões Lopes Neto nos 100 anos do município, em 1912.

Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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