Safra da bergamota fica acima da média esperada

Em Pelotas

Safra da bergamota fica acima da média esperada

Condições climáticas são favoráveis e a projeção é de produtividade entre 30 e 35 toneladas por hectare

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Safra da bergamota fica acima da média esperada
Estimativa é que município colha mais de 900 toneladas nos 30 hectares plantados para comercialização. (Foto: Divulgação)

Para quem aprecia bergamota, a safra de 2025 em Pelotas promete frutas com excelente padrão de qualidade. A expectativa está acima da média, com projeção de colheita em torno de 900 toneladas nos 30 hectares plantados no município.

Devido à alta produtividade, o cultivo vem atraindo a atenção de produtores, tanto para abastecimento do mercado regional de frutas in natura quanto para atender à demanda da Cooperativa Ecocitros, que está expandindo sua atuação na região Sul.

Mesmo com o crescente interesse por parte dos produtores, ainda há grande potencial de expansão do cultivo na região, avalia o chefe do Escritório Municipal da Emater-RS/Ascar de Pelotas, Rodrigo Prestes. Atualmente, o município conta com apenas 20 produtores.

Dominando a produção local, a variedade ponkan representa 80% do total colhido. Com produtividade muito superior à média, impulsionada pelas condições climáticas favoráveis, a projeção é de 30 a 35 toneladas por hectare — bem acima da média de anos anteriores, que era de 20 toneladas por hectare.

“Entendemos tanto a bergamota quanto a laranja como alternativas de renda para os produtores que também apostam na nossa principal fruticultura, o pêssego”, comenta Prestes. Em Pelotas, são três mil hectares destinados ao cultivo do pêssego.

Segundo Prestes, a cada ano mais produtores procuram a Emater em busca de informações sobre o cultivo da bergamota. O preço pago ao produtor varia entre R$ 1,50 e R$ 2,00 por quilo. “A safra de 2025 é excelente em termos de qualidade e quantidade. As condições climáticas estão sendo muito favoráveis”, avalia.

Super safra

O produtor Enoir Belletti Schmidt, da Colônia Santo Antônio, no 7º Distrito de Pelotas, cultiva dois hectares de bergamota em parceria com o pai. Com 45 anos de experiência na agricultura, passou a profissionalizar a produção há cerca de 20 anos. Com apoio da Emater, especializou-se no cultivo da bergamota em rodízio com o pêssego.

Na avaliação de Schmidt, esta foi uma das melhores safras dos últimos anos em termos de produtividade. Clima frio, implantação de irrigação em parte do pomar e o uso de novas tecnologias contribuíram para o bom resultado. “Resolvemos investir devido ao valor de mercado, à produtividade e ao custo menor em comparação com a produção do pêssego”, comenta.

Outro atrativo do cultivo é o tempo estendido para a colheita. “Não exige tanta mão de obra. A colheita dura três meses e a fruta pode permanecer no pé”, explica. Como ponto negativo, Schmidt destaca o preço pago ao produtor, cerca de R$ 1,50 por quilo, e a falta de consciência de parte dos consumidores, que ainda preferem frutas de outras regiões.

No Estado

O cenário positivo da bergamota também se repete no restante do Rio Grande do Sul. A safra de 2025 deverá ser 15,4% superior à anterior, impulsionada pelas baixas temperaturas, que favorecem o amadurecimento, a coloração e o sabor da fruta. O Estado deve colher cerca de 450 mil toneladas de bergamotas, laranjas e limões, em uma atividade que envolve mais de dez mil famílias e 25 mil hectares plantados com citros.

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