A Secretaria da Segurança Pública (SSP) registrou o mês de maio com o menor número de homicídios dolosos em toda a série histórica, iniciada em 2010. Foram 81 ocorrências, duas a menos que em maio de 2024, uma queda de 2%. Em Pelotas, nenhum caso foi registrado no referido mês e, até o momento, a Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga três crimes e um em Arroio do Padre desde o início do ano, sendo que no ano passado foram 18 assassinatos. A cidade também contabiliza um feminicídio e uma morte em confronto com a polícia. Em relação a crimes patrimoniais, a cidade teve um acréscimo nos casos de furtos de 4,1%, e de 6% nos roubos.
Para o Comando do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), os casos de furtos, que na SSP abrange várias qualificações, tem desde um funcionário que pegou um produto dentro de uma empresa, ou uma pessoa em um supermercado; casos em que a pessoa perde um documento e o registra como furto para não pagar taxa até as situações de maior repercussão que são a subtração de fios e cabos de energia. Dentro das tipificações, o maio teve 228 registros contra 219 do ano passado. A Brigada Militar contabilizou, por exemplo, de janeiro a maio 64 arrombamentos a comércio e 139 em residências.
Segundo o comandante do 4º BPM, tenente-coronel Paulo Renato Scherdien, os resultados do primeiro semestre ainda não fecharam, mas até o momento têm sido positivos para a corporação, que este ano teve um incremento tecnológico na Sala de Operações, que vem contribuindo para várias ações ostensivas e preventivas: o monitoramento de câmeras espalhadas pela cidade. “Toda a tecnologia que é agregada na atividade policial, traz resultados positivos. A reformulação da nossa sala de informações para um espaço mais amplo e adequado, com a renovação dos equipamentos para o videomonitoramento, garante uma maior capacidade de monitoramento das câmeras já existentes no município”, observa.
Desde seu funcionamento, percebeu-se a necessidade de ampliação de equipamentos para alguns outros pontos da cidade, demanda que o batalhão já solicitou ao Poder Executivo, responsável pela implementação e gestão das câmeras. Para Scherdien, o processo garante uma visão melhor do que é necessário avançar, melhorar e ampliar, para que a gente tenha um monitoramento adequado dos principais pontos de maior incidência criminal. “Além dos pontos de maior movimento de pessoas para construir patrulhamento mais eficiente e adequado”. A presença das câmeras, por si só, evita o cometimento de crimes, na opinião do comandante, sendo o videomonitoramento uma ferramenta auxiliar que somado com informações da comunidade, as ocorrências que chegam ao 190 possibilita a corporação elaborar um conjunto de ações preventiva, ostensiva e até para efetivação das prisões em flagrantes. “Agrega muito no policiamento e nos traz bons resultados”.
Pacto pela Paz
O secretário de Segurança Pública do município, major Márcio Medeiros, considera que o primeiro semestre da segurança em Pelotas foi de resultados expressivos, com redução em todos os indicadores criminais que são avaliados. “Nós tivemos uma redução, por exemplo, de 37% no roubo a pedestre e 39% no roubo a estabelecimento comercial, financeiro, e de ensino”, comenta. No comparativo com o 2024, roubos à residências se mantiveram no indicador. Já os furtos à residência, a redução chegou a 34%.
Os indicadores – que estão abaixo da mediana em todos os delitos analisados pelo Observatório de Segurança – animam a pasta. “Tivemos alguns problemas em relação a furtos e arrombamentos na cidade, mas foram feitas as prisões dos suspeitos e, consequentemente, esse número acabará estancando”, admite.
Fios
Um outro crime que vinha dando dor de cabeça para as autoridades da segurança e para os motoristas da cidade – furtos de fios de semáforo, Medeiros lembra que a Brigada Militar fez a prisão em flagrante. “Além das prisões, temos feito abordagens, intensificado o patrulhamento em áreas que ocorrem esses furtos, sempre integrado com a BM e Polícia Civil para a identificação dos indivíduos”, comemora.
E em relação aos homicídios, o secretário explica que a sensação de segurança de uma comunidade está muito ligada à taxa de homicídios por habitantes. “Nós estamos muito abaixo daquilo que a ONU considera por ideal. São seis CVLs (Crimes Violentos Letais Intencionais), mas um deles é a lesão corporal seguida de morte, e outro, homicídio decorrente de oposição à intervenção policial”, relata. Para Medeiros, os dados apontam que a integração em Pelotas surte efeito garantindo resultados positivos. “Essa parceria entre os órgãos de segurança, a união de esforços tem conseguido deixar esses indicadores cada vez mais baixos. Obviamente surgem outros problemas, como a perturbação de sossego, mas que estão sendo que a gente também tem conseguido ou tem buscado coibir esses”.
