Situação atual da Santa Casa de São Lourenço do Sul preocupa DenaSUS

Saúde pública

Situação atual da Santa Casa de São Lourenço do Sul preocupa DenaSUS

Diretor do órgão esteve no local para iniciar nova etapa da auditoria acerca da gestão da instituição

Por

Situação atual da Santa Casa de São Lourenço do Sul preocupa DenaSUS
Equipe esteve ontem no hospital para iniciar trabalhos. (Foto: Daniel Costa)

O Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (DenaSUS) se mostrou preocupado quanto à gestão da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul. O diretor do órgão, Rafael Bruxellas, esteve no local ontem para uma inspeção inicial, motivada por denúncias apresentadas pela prefeitura apontando irregularidades na instituição.

“Nossa preocupação é muito grande, porque há um aumento sistemático dos repasses do governo federal que estão sendo encaminhados para Santa Casa. Nós repassamos mais de R$ 15 milhões do governo federal, que o Estado encaminhou pra cá, de 2024 até maio de 2025. Essa é uma preocupação, se esse recurso está sendo aplicado”, argumenta Bruxellas.

A auditoria, iniciada em abril, já passou por uma fase analítica, quando foram estudados documentos relacionados aos repasses de recursos públicos e à prestação de serviços da Santa Casa. Agora, os técnicos do DenaSUS realizam, presencialmente, a verificação das informações detalhadamente, durante cerca de duas semanas.

A expectativa é de que, ao fim da auditoria – prevista para encerrar em agosto – sejam emitidas recomendações para corrigir falhas e subsidiar ações que restabeleçam o funcionamento pleno da Santa Casa.

“Todos os achados que a gente encontra nas auditorias apresentamos também recomendações de como resolver ou solucionar esses problemas, a não ser aquilo que diz respeito a danos ao erário, ou seja, há de fato danos ao erário, então a gente recomenda a devolução do recurso e, às vezes, as consequências fogem à competência [do Departamento Nacional de Auditoria]”, explica o diretor.

Situação do hospital

A crise da Santa Casa se intensificou nos últimos meses com a suspensão de atendimentos eletivos em dezembro de 2024 e a demissão coletiva de 25 médicos em março deste ano. Os profissionais alegaram não receber salários referentes a quatro meses. Sem reposição desses profissionais, a Santa Casa reduziu suas atividades, mantendo apenas o Pronto Socorro e os setores de hemodiálise, de clínica médica e psiquiatria.

“Nessa visita, nós identificamos que a capacidade tanto de ocupação dos leitos quanto de atendimento está muito defasada. Uma grande parte da população não está sendo atendida aqui, sobretudo o atendimento materno infantil”, destaca Bruxellas.

Plano de contingência

Como resposta à redução da capacidade de atendimento, a Secretaria Estadual da Saúde elaborou um plano de contingência para transferir pacientes ao Hospital São João da Reserva, localizado no interior do município, além de reforçar o serviço de ambulâncias para transporte a unidades de saúde em cidades próximas. No caso do Centro Obstétrico, as pacientes são encaminhadas para Canguçu ou Pinheiro Machado.

Acompanhe
nossas
redes sociais