O fim do contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas com a Ecovias Sul representa, para muitos da região, um alívio diante do preço cobrado atualmente. Não é segredo para ninguém que a taxa do pedágio é hoje uma das grandes reclamações coletivas de nossa região. Por outro lado, a confirmação de que os mais de 450 quilômetros de cobertura ficarão sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) também gera preocupação.
O sonho utópico de todo mundo é pagar menos por serviços e em impostos, óbvio. Por outro lado, é visível a diferença das rodovias concedidas e das não concedidas. Basta ir até Porto Alegre para ver a gritante diferença de Camaquã em diante. Ficaremos pelo menos um ano sem uma empresa dedicada às rodovias e isso implica em uma série de outros problemas, como a manutenção do asfalto, a oferta de serviços de guincho e ambulância e demais operações. Infelizmente, sob administração pública, as coisas se tornam um tanto mais lentas e isso preocupa.
Em caso de acidentes, por exemplo, a responsabilidade de enviar ambulâncias vai voltar para os municípios, que já enfrentam escassez na saúde. Em caso de necessidade de guincho, quem será acionado? São perguntas a serem respondidas e questões a serem pensadas antes de 6 de março do ano que vem. Quando as cancelas forem levantadas, isso já deve estar ajustado, num mundo ideal. Na prática, fica o temor do que vai acontecer.
Os preços praticados nos pedágios da região hoje são um gargalo competitivo e é urgente conseguirmos uma tarifa melhor. No entanto, também é grave termos rodovias piores, talvez esburacadas, provavelmente menos seguras. Por isso, é fundamental que a região mantenha pressão alta por um novo contrato de concessão rapidamente. Mas, ao mesmo tempo, a pressa não pode ser inimiga da qualidade. É preciso que as cláusulas sejam bem pensadas e amarradas dessa vez, e que o serviço tenha alto nível de qualidade. Tudo isso são desafios para serem pensados nos próximos meses.