Os ventos que atingiram 56 quilômetros por hora ao meio-dia de segunda-feira (23), em Pelotas, deixaram semáforos do centro da cidade desligados. Em Rio Grande, as travessias de balsas foram suspensas. Esse mesmo vento oeste está colaborando para reduzir os níveis das águas nas margens da Laguna. Mas especialistas dizem que é preciso ficar atento aos alertas da Defesa Civil, mesmo que o cenário não se configure o mesmo de 2024.
A previsão é que o volume de água que ainda não atingiu o nível de inundação estabelecido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, levará cerca de sete dias para chegar nos municípios da região sul. A professora do Instituto de Oceanografia da Furg, Elisa Helena Fernandes, explica que a situação não é semelhante à de maio do ano passado para a região sul. “Embora exista a possibilidade de algumas áreas mais baixas dos municípios às margens da Lagoa dos Patos sofrem com alagamentos pontuais”, comenta.
“Teremos pela frente, nesta terça (24), ventos de oeste que tendem a acumular água na margem leste da Lagoa dos Patos, favorecendo os municípios de São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande, mas prejudicando São José do Norte e Mostardas, por exemplo”, esclarece. A professora indica para amanhã, vento norte e colabora à vazante pelos molhes da Barra. “Ventos de sul estão previstos para quinta-feira, e tendem a represar a água no interior do estuário da Lagoa dos Patos, dificultando os fluxos de vazante e com potencial de promover o aumento do nível das águas nas cidades mais ao sul, ou seja, Rio Grande, Pelotas e São José do Norte”, prevê.
Em São Lourenço do Sul, onde cinco famílias precisaram sair de casa por causa da elevação do arroio de mesmo nome, a segunda-feira foi de reconhecimento dos estragos. O prefeito Zelmute Marten e a vice-prefeita Fernanda Bork inspecionaram as estradas do interior, onde o volume de chuva foi mais intenso. As visitas foram em São João da Reserva, Sítio e Prado Novo. Eles estiveram ainda na comunidade do Coqueiro, onde houve maior volume de chuva acumulado. O Executivo detectou problemas de drenagem na estrada do 5º Distrito, gerado pela cheia do arroio Coqueiro. Que ontem mesmo, medidas para recuperar a infraestrutura foram adotadas.
Ventos
Com a previsão de rajadas de ventos de até 75 km/h, a empresa responsável pelo transporte aquaviário entre a Ilha dos Marinheiros e a zona urbana de Rio Grande decidiu suspender a operação da balsa ontem. Por segurança, o serviço permanecerá interrompido até a melhora do tempo.