Festas juninas movimentam a Zona Rural de Pelotas

Arraiá

Festas juninas movimentam a Zona Rural de Pelotas

Tradição e lazer se misturam com os sabores coloniais para comemorar

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Festas juninas movimentam a Zona Rural de Pelotas
No próximo final de semana três arraiás movimentarão a Vinícola Nardello, o Parque Stone Land e o Museu Gruppelli, com atividades e comidas típicas ao longo dos dias.

Junho tem cheiro de pipoca, paçoca e aquele quentão para aquecer as noites frias. A tradição das festas juninas passa de geração em geração e agrega costumes específicos de cada grupo e região.

Os festejos têm origem nos rituais ancestrais praticados por povos arianos e romanos para marcar a passagem para o verão no Hemisfério Norte, ou o inverno no Sul, e repelir espíritos maléficos que ameaçavam a fertilidade da terra. Com o tempo, essas festividades foram incorporadas ao calendário cristão, tendo Santo Antônio, São João e São Pedro como padroeiros. Essa fusão entre o sagrado e o popular, que se cristalizou durante a Idade Média, chegou ao Brasil através da colonização fazendo parte, desde então, da cultura e da memória do povo.

Para Lucas Soares, diretor da Escola Estadual Ensino Fundamental Laura Alves Caldeira, de Capão do Leão, as festas juninas são espaço de vivência e nostalgia. “As famílias cobram, querem que aconteça, vão lá e participam, porque ao longo da vida escolar eles também tiveram essa festa fazendo parte do dia a dia deles”.

Na zona rural de Pelotas, a tradição é celebrada com entusiasmo e criatividade. A Vinícola Nardello prepara para o último sábado do mês (28) um dia cheio de atividades e comidas típicas. No domingo (29), o Parque Stone Land realiza seus festejos tradicionais com atenção especial para as crianças, com um momento de brincadeiras, caminho da roça educativo sobre meio ambiente e alimentação interativa para os animais do parque.

Também no domingo, o Museu Gruppelli se prepara para a segunda edição do Arraiá e a 1ª Festa do Rievelsback, um bolinho de batata ralada de origem alemã e pomerana, tradicional na zona rural da cidade. Maurício André Pinheiro, museólogo voluntário e mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural, ressalta que eventos como as festas juninas são uma forma de resgatar raízes e dar visibilidade aos produtos locais.

Por isso, além das tradições próprias das festas juninas, nos eventos ocorrem feiras com produtores locais de sementes, produtos coloniais, flores e artesanato indígena. “Estamos planejando uma festa com entrada franca, brinquedos infláveis, música, dança. Mas a importância dela está principalmente na forma de valorizarmos as culturas presentes na nossa região, que é uma missão que o Museu Gruppelli tem”.

Museu Gruppelli

O Museu foi fundado em 1998 pelo interesse da comunidade local em preservar a memória, cultura, modos de vida e trabalho da região do 7° distrito de Pelotas. A partir de 2008 ele passou a funcionar através do projeto de extensão “Revitalização do Museu Gruppelli” da Universidade Federal de Pelotas. Alunos e professores dos cursos de Museologia e Conservação e Restauração trabalham como bolsistas e voluntários do Museu. “Então, no nosso calendário de eventos, sempre estão eventos que promovam a cultura, o desenvolvimento e o turismo local”, afirma o museólogo.

No Arraiá deste ano também vai ocorrer o lançamento do livro 15 anos do Projeto de Extensão Revitalização do Museu Gruppelli que conta com textos de pesquisadores voluntários e ex-voluntários sobre o trabalho no projeto.

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