São Lourenço do Sul avalia decretar situação de emergência em saúde

Crise na Santa Casa

São Lourenço do Sul avalia decretar situação de emergência em saúde

Hospital está sem atendimento em quatro especialidades e Simers denúncia indícios de desassistência médica

Por

São Lourenço do Sul avalia decretar situação de emergência em saúde
Governo municipal irá avaliar a situação na segunda-feira (22). (Foto: Divulgação)

Diante da crise na Santa Casa de Misericórdia com a suspensão dos atendimentos em quatro especialidades e da denúncia do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) de indícios de desassistência médica no hospital, a Prefeitura de São Lourenço do Sul avalia decretar situação de emergência em saúde.

Na quinta-feira (19), em comunicado a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, a direção da Santa Casa informou que os atendimentos em obstetrícia, pediatria, cirurgia geral e anestesiologia estão temporariamente suspensos. Isso porque o hospital rompeu o contrato com Instituto Vida Plena, responsável pela contratação dos médicos.

O convênio com o instituto vigorava há pouco mais de dois meses e foi firmado após o pedido de demissão coletiva de 25 médicos devido a mais de quatro meses de salários em atraso. Além disso, os ambulatórios de otorrinolaringologia e traumatologia da Santa Casa estão paralisados desde o dia 1º de março. Atualmente, somente o Pronto Socorro e os setores de hemodiálise, de clínica médica e psiquiatria estão em funcionamento.

Frente a situação, o governo municipal irá avaliar na segunda-feira (22) a possibilidade de decretar situação de emergência em saúde. “É uma situação de colapso”, diz o prefeito Zelmute Marten (PT). Caso seja necessário o atendimento de pacientes em especialidades suspensas, equipes da secretaria de saúde estão mobilizadas para realizar a transferência para outros municípios ou para o Hospital São João da Reserva.

Prescrição irregular

A falta de profissionais é somada a denúncia recebida pelo Simers de que médicos de São Lourenço do Sul teriam sido convidados pela Santa Casa a realizar prescrições aos pacientes sem os atender efetivamente. O Sindicato Médico detalha que a oferta era acompanhada de expressões como “só para prescrever” e “não precisa ficar lá”, além de ofertas de pagamento correspondente a apenas 45% da hora normal.

Considerada como possível desassistência médica institucionalizada na Santa Casa e uso indevido de recursos públicos, o Simers enviou um comunicado de alerta a Prefeitura de São Lourenço do Sul.

“Além da rescisão contratual do instituto responsável pelos plantões – por falta de pagamento -, a situação dos profissionais do corpo clínico da Santa Casa também é alarmante. Médicos seguem sem receber os salários atrasados”, diz a diretora regional do Simers.

Conforme Renata Jaccottet, a omissão da gestão hospitalar colocaria em risco a continuidade dos atendimentos, expondo tanto os médicos quanto os pacientes a uma situação crítica.

A reportagem entrou em contato com a direção da Santa Casa de São Lourenço do Sul, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Acompanhe
nossas
redes sociais