O depoimento do pregoeiro Marcos Fernando Duarte durou cerca de duas horas e meia e deu o pontapé inicial na CPI que investiga a suspeita de superfaturamento em um contrato do Sanep. O testemunho de Duarte trouxe mais detalhes sobre os acontecimentos que envolveram o contrato emergencial com a empresa Monteiro Rocha, desde a licitação que acabou sendo cancelada.
Embora a fala do servidor esteja alinhada com a versão do governo – de que houve um erro e não houve intenção causar prejuízo –, seu relato amplia a pressão sobre a gestão e acaba responsabilizando o diretor-presidente da autarquia, Ellemar Wojahn. Na versão de Duarte, foi de Wojahn a determinação para contratar a empresa Monteiro Rocha.
“Gravíssima a acusação que ele faz de que o Ellemar deu a ordem de contratar a Monteiro Rocha, um claro direcionamento. E outra coisa é que teve um monte de gente envolvida no processo e só ele foi penalizado. Esse foi o auge da CPI”, afirmou o presidente da CPI, Arthur Halal (PP).
Os fatos que já vieram à tona e a sindicância feita pelo próprio governo não evidenciam nenhum crime, já que não há prova dolo e nenhum pagamento foi efetuado. Porém, o depoimento de Duarte sinaliza o caminho que será seguido pelos vereadores ao longo da CPI: aprofundar os questionamentos sobre a responsabilidade de Ellemar Wojahn no caso.