Exposição propõe uma travessia poética e crítica pelo espaço urbano

mês do meio ambiente

Exposição propõe uma travessia poética e crítica pelo espaço urbano

Entre linhas e paisagens: ressonâncias do passarinhar, que une artistas da Furg e UFPel, convida a comunidade a contemplar a arte da vida

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Atualizado segunda-feira,
16 de Junho de 2025 às 12:04

Exposição propõe uma travessia poética e crítica pelo espaço urbano
Espaço de arte no subsolo da Bibliotheca Pública recebe a mostra até o dia 27 deste mês. (Foto: Hamilton Bitencourt)

O Espaço de Arte Mello da Costa, no subsolo da  Bibliotheca Pública Pelotense, está recebendo a exposição Entre Linhas e Paisagens: ressonâncias do passarinhar. A mostra de arte une obras de artistas dos grupos de pesquisas Deslocamentos, Observâncias e Cartografias Contemporâneas (DeslOCC/CNPq/UFPel) e o Arteecos – Núcleo de Estudos e Práticas Artísticas Ecosóficas (CNPq/FURG). A visitação ocorre até o dia 27 deste mês, no horário de funcionamento da BPP.

A exposição, que  celebra o mês do meio ambiente, convida os visitantes a repensarem os caminhos e o modo como as pessoas se relacionam com o espaço ao seu redor, num entrelaçamento entre arte e ecossistema. A curadoria é dos artistas Dheivison Araújo e Kathleen Oliveira.

“De forma simples, essa proposta nasceu do incômodo de perceber que, dentro da universidade, nem sempre vivenciamos de fato a criação colaborativa e integrada entre os grupos. Foi então uma maneira de juntar pessoas que, mesmo vindo de caminhos diferentes, carregam preocupações e interesses parecidos, buscando criar juntos a partir desse encontro”, explica a doutoranda Kathleen Oliveira.

A artista foi orientada na graduação e no mestrado pelo professor Cláudio Azevedo, coordenador do Arteecos. Com a ida dele para Furg e o ingresso de Kathleen no doutorado na UFPel, ela optou por permanecer em ambos os grupos. “Pois vejo essa articulação nas temáticas de pesquisa”, explica.

Deslocamento atento

De acordo com os curadores, a exposição parte da ideia de fluir pelo meio ambiente  com um “deslocamento atento, sensível e não utilitário”. Neste sentido, as obras, que reúnem diferentes linguagens da arte, como fotografia, videoinstalação, desenho, costura e construção de objetos, apresentam-se como cartografias afetivas do urbano.

“O reaproveitamento de materiais, o uso de papelão, tecidos e linhas, a transparência do papel vegetal, as luzes frágeis do pisca-pisca, tudo visa convocar um outro tempo”, avaliam os curadores.

Conectar ecossistemas

Com uma obra de autoria coletiva, executada pela artista e pesquisadora Tatiane Zucchetti, o ArteEcos integra junto como grupo DeslOCC, da UFPel, do projeto de pesquisa Experimentos com Contextos Ambientais Físicos e Virtuais por Meio de Formas de Deslocamento Poético que deu origem a exposição. Segundo o coordenador do ArteEcos, professor Azevedo, o grupo inspirado por Félix Guattari, pensa o mundo como uma rede viva, onde natureza e cultura não se separam.

“É preciso aprender a pensar transversalmente conectando ecossistemas, máquinas, subjetividades e relações. Esta exposição abre caminhos para uma travessia: uma forma de respirar a cidade e redescobrir a arte como parte do tecido da vida. Convidamos a desaceleração. Propomos o olhar atento, a presença”, comenta  Claudio Azevedo.

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