Indústria de conservas Agapê enfrentava grave crise

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Indústria de conservas Agapê enfrentava grave crise

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Por Cíntia Piegas

Há 30 anos

Indústria de conservas Agapê enfrentava grave crise

Em junho de 1995, a produção de produtos em conserva enfrentava uma grave crise por causa da importação de massa de tomate do Chile e de pêssego em calda da Grécia e da África do Sul. A Indústria de Conservas Agapê Ltda anunciava, através de matéria do Diário Popular, que era a pior crise desde a sua criação em setembro de 1959. A produção anual havia caído de 6 milhões de latas de pêssego para um milhão de unidades, sendo que o faturamento da empresa ficou em torno de R$ 500 mil. Na melhor fase, o faturamento mensal chegava a R$ 1,4 milhão, representando 10% da produção de pêssego nacional.

A direção da empresa na época, estudava uma saída para a crise e desmentiu que a indústria iria para Goiás. As alternativas era a terceirização da produção ou o ingresso no mercado apenas como repassador dos produtos vindos do exterior. “E mais lucrativo intermediar a comercialização do que arcar com os custos de produção”, destacaram os diretores ao jornal Diário Popular. Eles reclamam da falta de recursos financeiros para a formação de capital de giro.

A preocupação da Agapê na época era recuperar a capacidade produtiva e readmitir os empregados. Entre 1989 era 2 mil funcionários e seis anos depois, apenas 100, entre efetivos e safristas. Isso porque a indústria conserveira nacional sofria uma concorrência desleal em relação ao pêssego grego, altamente subsidiado em seu pais de origem.

Na tentativa de se manter no mercado, a Agapê diversificou a sua linha de produção e começou a produzir produtos dietéticos tendo como alvo o consumidor brasileiro com maior poder aquisitivo. A empresa decretou falência um ano depois.

Há 68 anos

Lançada a pedra fundamental da Fábrica de Leite em Pó

Dois anos depois do prefeito de Pelotas, Mário Meneghetti promulgar a Lei 604 que determinava a doação de uma área de 19 hectares no bairro Fragata, destinada à construção da Fábrica de Leite em Pó, da Cooperativa Central de Laticínios da Região Sudeste do Rio Grande do Sul Ltda, por exigência do Ministério da Agricultura, teve o lançamento da pedra fundamental do empreendimento com a presença de autoridades civis, militares e eclesiásticas, agrônomos e ruralistas da Zona Sul.

O projeto foi do Fundo Internacional de Socorros à Infância (Fisi), órgão das Nações Unidas, com a colaboração do Ministério da Agricultura, Prefeitura Municipal e Cooperativa Central de Laticínios (COLACTI). Especialmente para assistir a solenidade, veio do Rio de Janeiro a diretora do Fisi no Brasil, a doutora Gertrudes Lutz no Brasil, que foi recepcionada pelos diretores da COLACTI, membros da Sociedade Agrícola e outras pessoas gradas. Na noite anterior ocorreu uma reunião na sede da Sociedade Agrícola de Pelotas, onde provisoriamente funcionavam os escritórios da Cooperativa Central de Laticinios Ltda., da qual participou a doutora Gertrudes Lutz, os diretores da COLACTI e engenheiros da referida indústria, tendo sido tratados, na oportunidade assuntos referentes a detalhes técnicos da obra de construção da Fábrica de Leite em Pó e seu funcionamento.

Anos depois, a Cooperativa Regional Pelotense Ltda (1932) e a Cooperativa Regional de Laticínios Sudoeste do RS (1955) se unem e fundaram a Cosulati, em 1973, e que entrou em falência em 2016. Seu prédio foi adquirido pela OZ Earth que espera o trâmite de ações judiciais para a retomada da indústria de laticínios da região.

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