A partir da meia-noite de sábado (31), os atendimentos de casos não considerados graves serão paralisados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Junção, em Rio Grande. A interrupção acontece pelo atraso no pagamento do salário de abril dos médicos que atuam no local. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) afirma que o problema acontece há nove meses e que o IBSaúde, empresa administradora, não comunica-se com as partes.
A paralisação seguirá por tempo indeterminado, até que a folha salarial esteja em dia. Sendo assim, não serão atendidos na UPA Junção pacientes classificados em risco azul ou verde. A orientação é para que a população procure as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) para atendimento de casos menos graves.
Segundo o Simers, o atendimento de pacientes em risco de vida ou com urgência, seguirá sendo realizado normalmente na UPA Junção, após classificação da equipe médica.
Decisão
A aprovação da interrupção parcial de atendimentos foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no último dia 12 de maio.
Foi realizada uma reunião ontem onde nem todos os médicos presentes confirmaram o recebimento do salário de março, além dos saldos de abril que estão em atraso para toda a categoria. “Além dos constantes atrasos, o IBSaúde, empresa contratante, não dá garantias concretas ao Simers e aos profissionais de regularização dos salários”, afirma o sindicato em nota.
Posicionamento do IBSaúde
Procurada pela reportagem, a empresa responsável pela administração da UPA Junção encaminhou uma nota emitida no dia 22 de maio, remetida ao Simers. Segundo o sindicato, nenhuma outra comunicação foi feita pela instituição após esta data.
No documento o IBSaúde afirma que a prefeitura de Rio Grande não havia repassado 60% do valor dos serviços, que deveria ter sido feito no dia 15 de maio e que, quando for quitado, as empresas médicas (profissionais que trabalham por CNPJ) serão pagas.
Além disso, é acrescido que uma análise contábil e jurídica está sendo realizada pelo município, pelo IBSaúde entender que existem outros valores a serem repassados.
“Emerge a certeza e convicção que a atual gestão municipal, em conjunto com o IBSaúde, vai encontrar um denominador comum para, o mais rápido possível, seja a situação referente ao pagamento dos prestadores de serviços médicos definitivamente resolvida”, finaliza a nota.